quarta-feira, 28 de julho de 2010

'Não estou fugindo de nada', diz Dilma sobre debates

Em campanha no Estado de Pernambuco, onde gravou cenas para o Guia Eleitoral, a candidata do PT à Presidência da República, Dilma Roussef, rebateu as críticas de que estaria fugindo dos debates. "Não estou fugindo de nada. Tenho o que falar e o que mostrar. Quem faz este tipo de acusação é quem não tem o que falar. Eu tenho uma herança, tenho um trabalho positivo. Vou aos debates tradicionais. Não há nenhum debate marcado antes do início de outubro. O que há são alguns convites pontuais que, à medida do que for possível, vamos conciliando. Mas eu tenho que fazer campanha, tenho que viajar", afirmou ao enfatizar que não participou do debate promovido por um portal de comunicação porque eles não se entenderam sobre exclusividade na realização do evento.

Dilma ainda disparou pesado contra seu principal adversário, o candidato do PSDB, José Serra. Usando frases ácidas, a petista mandou um recado duro e direto ao partido em reposta ao que chamou de "tática do medo". "Vamos vencer o medo que eles tentam espalhar, com a competência, com o crescimento econômico, com o Bolsa Família. Vamos vencer as ameaças de terror porque temos hoje um patrimônio que é de toda a população brasileira, que é o governo Lula", afirmou em entrevista à imprensa esta noite, em Recife. De acordo com a petista, apesar dos "ataques pessoais", sua campanha manterá o nível.

Ainda tratando das polêmicas envolvendo as críticas da oposição, a candidata afirmou que a composição de um futuro ministério obedecerá a critérios técnicos e políticos. "Vocês deveriam dar uma olhada nas estatais de petróleo e gás para ver como é que era, quando a gente chegou. Não é possível pensar só em pessoas técnicas para os cargos. Agora, para os cargos políticos, é preciso ter critério. O principal é a ética e a ideologia política, que tem que estar do povo. O lado de Dilma é o lado dos 190 milhões de brasileiros, especialmente dos menos favorecidos", afirmou.

Ciro Gomes

Questionada sobre a relação com o ex-ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes (PSB-CE), e a expectativa de seu apoio na campanha presidencial, a petista foi evasiva. "Meu relacionamento com o Ciro vem de longe, dos tempos em que enfrentamos muitas dificuldades e ele estava ao lado do presidente Lula, com ética, responsabilidade e lealdade. Então, o que o Ciro achar que deve fazer na campanha, eu vou aceitar e entender", destacou ao minimizar o descontentamento público do socialista após ter sido preterido pela direção nacional do partido na disputa ao Planalto.

Banco Central

Dilma Rousseff afirmou que, diante de uma eventual vitória na disputa pela Presidência da República, não fará alterações no modelo adotado pelo governo Lula para a gestão do Banco Central, focado na autonomia da instituição. "Eu vou fazer como o nosso presidente, o Lula, e vou usar uma metáfora futebolística. Em time que está ganhando não se mexe. E é exatamente este meu pensamento em relação ao Banco Central. A autonomia será mantida", destacou a candidata.

A petista aproveitou para criticar o que chamou de "exemplo irresponsável", ao se referir à postura adotada em relação ao BC durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, aliado de Serra - que atuou diretamente na definição da política econômica, como Ministro do Planejamento e Orçamento, entre os anos de 1995 e 1996. "No passado, meus adversários deixaram a eleição passar para depois fazer o câmbio flutuar, provocando uma verdadeira pancada na economia nacional. Nós não fizemos e nem faremos nada do tipo. Temos uma posição clara, coerente", destacou. (AE)

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