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São cerca de 250 mil os imigrantes brasileiros que vivem nos Estados Unidos, conforme estimativas oficiais. Parte desse contingente, está radicada na costa leste do país, mais precisamente em Nova York e Massachussets.
Foi para lá, há dez anos, que o ator sorocabano Lucas Constante se mudou em busca de oportunidade de trabalho. Depois de tanto batalhar por espaço, ele conseguiu ser escalado para vários filmes e participou de alguns outros projetos para o cinema.
No momento, Lucas integra o elenco de um especial produzido para a internet, o humorístico Os Silva na América (www.ossilvanaamerica.com). O programa retrata o cotidiano dos brasileiros na terra do Tio Sam. Levado ao ar duas vezes por mês, foi adaptado para o teatro e cumpre temporada em Boston. O seriado narra as agruras da família Silva, que passa pelas mesmas situações vividas por quase todos aqueles que decidem deixar sua terra natal: a ilegalidade, o subemprego, o medo da deportação, o vizinho americano, as nevascas, o alarme de incêndio disparado por fritar um bifinho, o universo das housecleaners (faxineiras), das manicures e dos cozinheiros.
Os Silva... mistura atores de verdade com desenho animado. O texto de Edel Holz criou tipos como Zé Brasil (interpretado por Daniel Nocêra) e Tião Mineiro, que interagem com a história e com o público. Lucas interpreta o cozinheiro Aristides.
Ele diz que não apenas se identifica com o personagem, como sente-se o próprio Silva. Todo mundo que tenta a sorte por aqui é um pouco Silva. Somos uma legião de pessoas com problemas comuns. Daí, a ideia de criar um seriado para retratar esse dia-a-dia. Como brasileiro não desiste nunca, optamos por insistir com muito humor, que é melhor, disse.
Entrevistado pelo Mais Cruzeiro, o ator contou que no Brasil dedicava-se mais ao gênero drama. Aqui, em Boston, faço mais comédia, pois é o que vende melhor. Mas, como profissional, não escolho.
Lucas está para estrear outro projeto. A partir de 28 de maio começa a temporada da comédia Mudança de Óbito, outra produção para os palcos que discute questões como a visão que as pessoas têm da morte.
Está, ainda, para entrar em circuito Beyond Control (ainda sem título em português e sem previsão de estreia no Brasil), filme no qual ele contracena com Mike Starr, que participa de Black Dahlia, dirigido por Brian De Palma.
Em sua peregrinação pela América, Lucas já fez de tudo um pouco. Animou eventos como o apresentador Chacrinha e marca presença em shows de talentos. Recentemente, ganhou o prêmio de melhor ator nos EUA e Canadá, no Talento Brasil, competição na qual concorreram quase 4 mil candidatos.
Lucas Constante completou 41 anos no último dia 22. Formado em História pela Uniso, começou a fazer teatro aos 16. Estudou com Marco Ricca, Vicentini Gomez, Fernanda Montenegro, Luis Salem e Beto Silveira.
Seu currículo no exterior inclui, por enquanto, participações em oito peças e quatro filmes. Entre os trabalhos realizados no Brasil, mais precisamente em Sorocaba, destaca Maria Terra Maria, com direção de Wilde Martins; A Lavanderia, com Mário Pérsico; e A um simples toque de Sineta, os cãees Salivavam, com Roberto Gill de Camargo.(José Antônio Rosa-Jornal Cruzeiro Do Sul)
