sexta-feira, 10 de julho de 2009

Dia De Pizza


Um ditado brasileiro recente diz que pizza, até quando é ruim, é boa! Tanto que o Brasil já é considerado um dos países que mais consomem pizzas no mundo. Para suprir a necessidade dos brasileiros, 32.600 estabelecimentos estão registrados como pizzaria no país, 7 mil delas somente na capital paulista, sem incluir nesse número as cerca de 1,5 mil que funcionam na informalidade.
Por ano, o setor movimenta mais de R$ 4 bilhões, de acordo com a Associação das Pizzarias Unidas do Estado de São Paulo - Apuesp. Com números tão impressionantes não é de se estranhar que o Dia da Pizza tenha nascido em terras brasileiras, mais precisamente na cidade de São Paulo.
Foi em 1985, que o então secretário de turismo da cidade, Caio Luís de Carvalho, instituiu o 10 de julho como dia especialmente dedicado à redonda tão querida dos paulistas depois de um concurso que elegeu as 10 melhores receitas de pizzas.
Em Sorocaba, de acordo com os registros da Prefeitura, 17 estabelecimentos são pizzarias (sem contar as informais), mas outros 183 constam como restaurantes. Embora não seja possível precisar quantos são, muitos desses mantêm em seus cardápios as famigeradas redondas. Nas pizzarias da cidade, o dia da pizza é o sábado, quando os pedidos triplicam em relação aos outros dias da semana, conforme afirmam os proprietários desses estabelecimentos.
Fazemos uma média de 300 pizzas por sábado, contando as entregas e as servidas no salão, afirma Airton Corrêa Costa, que ao lado do sócio Marcos Antonio Montoro são proprietários da Aspásia.
Os sabores tradicionais são sempre os mais pedidos, conforme conta Airton, mas alguns dos mais sofisticados feitos naquela pizzaria também são sucesso. Nossa pizza chamada Oriente, que é um trio de funghis (shimeji, shitake e cogumelo), e a de alcachofra são muito pedidas, destacou.
Mesmo assim, Airton acha que o sorocabano é mais conservador e prefere não se aventurar muito nos sabores. Eu já visitei pizzarias em outras cidades que tinham no cardápio, pizzas recheadas de linguiça de javali ou de pétala de flores com queijo cremoso.
Na Pizzaria Marcielli também há diversificações no cardápio que chamam a atenção dos clientes. Temos a espanhola feita com jamom ibérico, mussarela da búfala e rodelas de tomate e a de funghi feita de shitake e shimeji puxada no shoyu que os clientes gostam muito, afirmaram os primos, Erik Maciel Fagundes Dias e Bruno Rauen Maciel Tomé, donos daquele estabelecimento. Eles compartilham da opinião de Airton e afirmam que nada bate a boa e velha tradição das pizzas de mussarela, calabreza, portuguesa e marguerita.

Outra demonstração de que em Sorocaba as pessoas preferem o tradicional, é a grossura da massa. Aqui a massa da pizza deve ser média, isto é, nem muito fina, nem muito grossa.
Embora os italianos digam que a verdadeira pizza têm uma generosa base, o brasileiro - e aí inclue-se o sorocabano - gosta mesmo da redonda com a massa de média para fina.
É uma questão de cultura ou de paladar mesmo. Há quem ache inconcebível comer pizza com catchup, mas no Rio de Janeiro, não há cantina italiana que sirva esse prato sem o condimento.
Da mesma forma que alguns não toleram pizza com carne vermelha porque acham que não combina, há outros que não dispensam uma redonda recheada de estrogonofe por exemplo.
Na verdade, o que importa - e isso é opinião de todos - é a qualidade. Para isso, é preciso capricho em todas as etapas, conforme diz Airton. A massa - aberta na mão - deve ter a textura exata, o molho de tomate deve ser natural e fresco, e o recheio farto e de primeira qualidade. Uma coisa sem a outra não adianta, explica. A qualidade dos produtos é quase uma garantia de que o cliente ficará satisfeito, opina Erik.

As vendas de pizza se aquecem no sábado, mas quem é que rejeita um pedaço de pizza, quentinho e saboroso em qualquer outro dia da semana? É claro que uma redonda feita por profissionais tem um sabor mais apurado, mas mesmo as outras (feitas em casa, congeladas, compradas no supermercado, etc), simples com molho e queijo ou sofisticada acrescida dos mais variados recheios, salgados e até doces também têm o seu charme.
Por conta disso, o ditado que citamos no começo dessa reportagem nunca foi tão verdadeiro e o dia de hoje é apenas mais um motivo para comemorar, porque todo dia é dia de pizza! (Jornal Cruzeiro Do Sul)

Eleições Modernas



Todo mundo sabe que hoje em dia é praticamente impossível viver sem internet. Desde que surgiu, empurrada pela força da tecnologia, ela facilitou e agilizou a comunicação em todos os setores de atividades, transformando-se numa importante ferramenta de pesquisa e com utilização das mais variadas. No mercado de consumo, a internet configura um expressivo instrumento de marketing, aproximando os consumidores dos produtos e serviços que são oferecidos em escala cada vez maior. Pois bem.
Agora, na Câmara dos Deputados, a tendência é incluir na legislação eleitoral do ano que vem a liberação do uso dos novos meios eletrônicos de comunicação. Naturalmente, num primeiro momento, trata-se de uma questão que deve ser vista como um avanço democrático. O debate sobre a lei eleitoral brasileira, que está sendo retomado em Brasília, dentro de uma reforma política praticamente estagnada, também ocorre quando os grandes temas sobre as pretensões de votação em lista e o financiamento público das campanhas não encontram um terreno consensual adequado e necessário.
Sem acordo sobre esses dois temas, restam algumas opções para serem apreciadas, como o uso da rede mundial de computadores, além de novas regras paras as pesquisas eleitorais e a regulamentação do fundo partidário. De todas essas questões, a que parece representar um passo à frente é justamente o uso da internet e daquilo que ela oferece para propaganda e informação política através de blogs e do orkut. Sabe-se que a campanha eleitoral norte-americana, que terminou com a vitória de Barack Obama, demonstrou como esses novos meios de comunicação podem ajudar na difusão dos planos políticos e na mobilização dos eleitores, que sempre são os principais objetivos de uma campanha.
A grande questão, porém, sobre a utilização dos meios eletrônicos, será definir responsabilidades quando ocorrerem abusos ou quando os partidos políticos, os candidatos e seus cabos eleitorais divulgarem informações mentirosas ou difamadoras. De imediato, o que se pretende é responsabilizar as agremiações partidárias para impedir o vale-tudo que via de regra ocorre em qualquer eleição. Os partidos é que deverão adotar providências para evitar que seus integrantes e apoiadores venham a denegrir os adversários, especialmente quando as campanhas estiverem caminhando para o final.
Da mesma forma, também caberá à Justiça Eleitoral a tarefa de comandar a lisura do pleito, o que incluirá o monitoramento do uso da informação eletrônica. De qualquer forma, se essa proposta realmente for aprovada, a liberação da internet será o fato novo das eleições de 2010.
Resta saber se todos vão saber aproveitar da melhor maneira mais essa aposta na modernidade eleitoral do País.

País Correto e Ético


Vem chamando a atenção da opinião pública, nos últimos dias, a divulgação do relatório do Banco Mundial com a revelação de que no período de dez anos os indicadores brasileiros de combate à corrupção não tiveram qualquer avanço mais significativo. Este fato não deixa de ser lamentável, demonstrando que o Brasil não pode simplesmente se contentar com pequenos avanços, como aqueles registrados em 2007 e 2008, quando foram mais intensas as investidas da Polícia Federal contra os corruptos e corruptores. Na verdade, os dados divulgados agora só servem para confirmar aquilo que a sociedade brasileira já sabia há muito tempo.
O que veio à tona no Brasil a partir de 2004 foi algo extremamente tenebroso contra os cofres públicos. A qualificação constatada agora não passa de uma gota de água no oceano em termos de combate aos atos nocivos contra o erário público. Por mais que se fale a respeito, a adoção de mecanismos adequados de controle aos assaltos ao dinheiro pago pelos contribuintes é algo que ainda precisa evoluir muito, especialmente com ações muito mais rigorosas por parte do Poder Judiciário.
A definição de controle de corrupção que o Banco Mundial usa para o relatório descreve o crime endêmico do qual o nosso País precisa se livrar com urgência: a extensão com que o poder público é exercido para ganhos privados, incluindo tanto pequenas como grandes formas de corrupção ativa e passiva. Talvez a única boa notícia apontada no relatório é que hoje em dia, diante de todos os descalabros praticados, existe uma participação mais efetiva da sociedade contra tudo aquilo de pior que é feito pelas gangues do colarinho branco, o que não deixa de ser positivo para fazer frente a um mal que se tornou crônico na vida político-administrativa do País.
Outro fato que também chama a atenção nas observações feitas pelo Banco Mundial é que há quinze anos o problema da corrupção era bem menos acentuado no Brasil. É importante dizer que fatos, análises e estudos caminham no sentido de estabelecer um desafio aos governantes em geral, aos poderes, entidades e órgãos de fiscalização e controle. A constatação de que aos poucos vai se fortalecendo um clima propício a ações contra a corrupção, exige que essa situação seja utilizada com consistência e eficácia, seja na denúncia e punição dos corruptos, seja na estruturação dos controles destinados a frear as mazelas que cometem.
O que efetivamente o Brasil precisa é da qualificação de todos os instrumentos que possam favorecer a construção de um setor público correto e de um País mais ético na esteira de seu desenvolvimento social e econômico.

Alunos Inadimplentes

Dados recentes divulgados pelo Sindicato das Entidades Mantenedoras do Ensino Superior do Estado de São Paulo, que reúne mais de 500 faculdades, dão conta de que houve um grande aumento de alunos inadimplentes no ano passado. O não pagamento de mensalidades cresceu quase 25% em comparação com 2007.

E só no primeiro bimestre de 2009 a inadimplência registrada foi de 11%, se comparada com o mesmo período de 2008. Trata-se de uma boa amostra das sérias dificuldades que os estudantes estão tendo para manter em dia as mensalidades escolares. Naturalmente, não se trata de nenhuma novidade, mas o fato é que a situação está ficando cada vez mais difícil para quem pretende concluir um curso universitário.

Muita gente reclama do alto custo das mensalidades, mas, na verdade, uma das causas principais é a abusiva carga tributária imposta ao setor educacional e que acaba sendo repassada para os estudantes. Falamos de uma adversidade que há muito complica a vida do País e ninguém consegue encontrar um meio termo para torná-la menos desgastante. Os anos passam, entra e sai governo, mas a situação continua a mesma, com os estudantes e seus pais sendo obrigados a fazer de tudo para manter as mensalidades em dia.

Infelizmente, isso não tem sido possível, como revelam os dados da inadimplência existente no setor. Por causa da crise internacional, o governo acabou reduzindo o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) dos veículos, do material de construção e dos produtos da chamada linha branca (geladeiras, máquinas de lavar, etc.), mas não teve a mesma iniciativa com relação a todos os demais setores que movimentam a economia nacional, muito menos no que diz respeito ao setor educacional, que continua com uma carga tributária das mais elevadas.

A indústria automobilística e outras grandes empresas foram beneficiadas, mas os estudantes continuam levando a pior. O fato é que o excesso de tributos não deixa de ser um castigo para os estudantes, trabalhadores e todos os setores produtivos. Ao contrário dos discursos oficiais, as classes menos favorecidas são as que acabam pagando mais impostos, que nunca param de crescer. A população nem sempre percebe, mas, como revelam as pesquisas, a maior parte da tributação imposta às camadas mais pobres da população é provocada pelos chamados impostos invisíveis, embutidos em todos os produtos e serviços, como o IPVA, IPI, ISS, ICMS, PIS e Confins, entre outros.

Não é brincadeira tudo aquilo que os governantes arrecadam às custas da população mais simples e, especialmente, dos alunos de todos os segmentos de ensino. Ao invés de cortar gastos, evitando, principalmente, a criação de novos cargos comissionados que não servem para nada, o governo tira recursos de pessoas que não têm renda suficiente para nada. O governo costuma fazer alarde em torno de projetos sociais, como a distribuição do Bolsa Família para cerca de 11 milhões de pessoas, mas não diz que retira muito mais, em forma de impostos, de milhões e milhões de famílias de baixa renda, inclusive dos estudantes, que passam anos e anos nos bancos escolares e quando saem dificilmente encontram alguma oportunidade compensadora no mercado de trabalho.

Na realidade, o que falta aos governantes brasileiros é mais racionalidade, sensatez e responsabilidade.