Amy, crônica de uma morte anunciada
Cantora inglesa Amy Winehouse morre aos 27 anos em Londres
O serviço de ambulância de Londres foi chamado ao flat da cantora Amy Winehouse, em Camdem, na região norte, neste domingo às 15h54 (11h54 de Brasília), mas, ao chegar, os médicos constaram que a polêmica cantora inglesa de 27 anos estava morta. A autópsia será realizada hoje e a polícia adiantou não haver sinais de violência.
Dona de vida turbulenta, regada a drogas e álcool, a cantora e compositora deixa apenas dois álbuns "Frank" (2003) e "Back to Black" (2006). O segundo, vencedor de cinco prêmios Grammy, produziu sucessos planetários como "Rehab", "You Know I'm No Good", "Back to Black", "Tears Dry on Their Own" e "Love Is a Losing Game". Seu som, forjado a partir de grupos negros como The Temptations e Sharon Jones e Dap-Kings, estabeleceu uma ponte entre as novas gerações com o soul clássico.
Sua última aparição foi na noite de quarta-feira, quando se apresentou ao lado da cantora de soul Dionne Bromfield, na The Roundhouse, uma casa de shows em Camden. No mês passado, ela havia abandonado uma turnê pela Europa após ter sido vaiada durante um show na Sérvia, por estar aparentemente bêbada durante a performance.
Amy nasceu em 14 de setembro de 1983 numa família judia com histórico de músicos de jazz. Ela foi descoberta pelo cantor de soul Tyler James aos 16 anos e, em 2003, lançou seu primeiro álbum, "Frank", que foi aclamado pela crítica.
A idade de Amy evocou a memória de outras estrelas da música que também morreram aos 27 anos. Como Janis Joplin, Noel Rosa, Jimi Hendrix, Kurt Cobain, Jim Morrison e Brian Jones. E, ainda que sua atitude tenha muito do rock, talvez no futuro o nome de Amy seja mais lembrado no clube das divas imortais do jazz, como Nina Simone, Billie Holiday e Ella Fitzgerald.
"I told that I was trouble/; You kwow that I´m no good" ("Eu disse que eu era problema/ Você sabe que eu não sou boa"). Para os fãs, suas letras soarão como avisos de que ser doidona talentosa não foi moleza para Amy. Como na sombria e hoje premonitória passagem: "We only said goodbye with words/ I died a hundred times/ You go back to her/ And I go back To black" (Nós só dizemos adeus com palavras/ Eu morri cem vezes/ Você volta para ela/ Eu volto para a escuridão).
O crítico e produtor Nelson Motta considerava Amy como "a melhor cantora e compositora surgida nos últimos 15 ou 20 anos". E ressaltou: "Ela tem uma indiscutível modernidade e, ao mesmo tempo, uma base clássica de jazz, blues e soul. É a inovação e a excelência, não a ruptura ou a transformação", afirmou ao portal G1.
(Fabiano Alcântara - Agência BOM DIA)