quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Fundec homenageia Sorocaba com "Virada Cultural"

Para homenagear os 355 anos da cidade e o aniversário de 11 anos do Instituto Municipal de Música de Sorocaba (IMMS), a Fundec vai promover na noite desta sexta-feira sua "Virada Cultural", com a participação dos músicos da Orquestra Sinfônica da entidade, dos professores do IMMS, alunos dos mais diversos cursos instrumentais oferecidos pela Instituição e ainda ilustres convidados.

A abertura se dará com o Coral Fundec, cantando obras populares e sacras, criando um momento de enlevo e introspecção junto com o público presente. Em seguida, o pianista Ronaldo Rolim será o convidado de honra, apresentando-se em piano solo e executando obras de Schumann e Chopin. Na seqüência, o Naipe das Madeiras da Orquestra Sinfônica mostra sua peculiaridade sonora e habilidades, com Divertimenti de Haydn (austríaco) e José Vieira Brandão (brasileiro).

Com o repertório de Grieg e Rachmaninnof, Lúcia Helena Bismara e Taís Valim apresentam o melhor da música clássica no piano a quatro mãos. Em seguida, com um pouco de balanço, o professor Sidney Oliveira e o Quarteto de Saxofones tocam choro, baião, jazz e tango. A próxima atração, o trio formado por Maria Regina Rabello, Elizabete Simone e Gilmar de Campos, traz um novo olhar ao piano, oboé e violoncelo. Joaquim Callado e Álvaro Carrilho, liderados pelo professor Renato Antônio, apresentam o melhor do choro brasileiro no especial da Fundec.

E para ninguém ficar parado, um Bandão Sinfônico, no melhor estilo gafieira, toca Pixinguinha, um Lundu e o Corta-Jaca de Chiquinha Gonzaga, sob a batuta do professor Renato Antônio. Após o Bandão, Naipe das Cordas dá uma volta ao mundo musical com Mozart, Villa-Lobos, Johann Strauss, Scott Joplin, Radames Gnattali, Karl Jenkins e ainda com as canções "Gente Humilde" e "Casinha Pequenina".

E para finalizar, alternando-se em seus números, ora de percussão, ora de metais, ora juntos, o grupo Naipes dos Metais executa jazz, brasileirinho, Osvaldo Lacerda, peças cômicas para percussão, cantos e odes a Haroldo de Campos e Iemanjá, choro e fanfarras.

A "Virada Cultural" da Fundec ocorre amanhã, às 19 horas, na sala da instituição, com entrada franca.


Sorocaba 355 Anos



No próximo dia 15 é a vez de Sorocaba comemorar seus 355 anos.

Hoje o sorocabano pode se orgulhar, e muito, de sua cidade. Novas avenidas, um número muito grande de praças, uma ampla rede de comércio e serviços, opções de lazer e gastronomia, muitos quilômetros de ciclovia, novas indústrias, sem contar que Sorocaba está muito mais bonita. E o crescimento continua num ritmo frenético.


Apesar disso, não podemos nos acomodar. Há muito o que fazer e corrigir. O problema da segurança é um deles. E, por sinal, muito grave. Como anda o efetivo das polícias Civil e Militar? E as viaturas e os equipamentos? Seria necessário ter essas informações precisas para que nossos deputados pudessem pressionar melhor o governo estadual. E a Guarda Municipal? Como anda o entrosamento dela com as polícias? O trabalho não poderia ser aprimorado?

O trânsito está cada vez mais caótico. É hora de se pensar na marginal direita. Sem falar no aproveitamento da linha férrea para o transporte coletivo dentro da cidade.

Na área da Cultura, sofremos um golpe com o fechamento do Teatro América. Na parte de lazer, é necessário se pensar em estruturar melhor nossas belas praças para atrair a população. Falta estrutura para dar conforto aos usuários, como mais árvores que proporcionem sombra, sanitários públicos e até incentivo a pequenos comércios, como, por exemplo, quiosques para sucos, sorvetes, bancas de jornal e até pequenos palcos para apresentações dos nossos artistas, seja amadores ou profissionais. Uma outra política sobre a qual devemos pensar é a arborização das ruas e avenidas.

São assuntos como esses, entre outros, que precisam ser debatidos para que se encontrem soluções rápidas. Agora, não adianta apenas apontar os problemas e termos ações lentas, como é o absurdo caso do piso escorregadio da área central, que provocou muitas vítimas e somente agora se parte para uma ação concreta.

A Juventude E Seus Maus Exemplos

Hoje em dia, não são poucos os atos que denigrem os bons costumes atribuídos à juventude brasileira, como a violência, o desrespeito e a ausência de uma educação mais aprimorada. Não são poucos os adolescentes e jovens que avançam o sinal vermelho em busca da ilusão dos prazeres das drogas, dos divertimentos equivocados e da falta de vontade de levar a sério aquilo que antigamente era chamado de responsabilidade.

A troco do quê, por exemplo, um moço empunha uma arma e sai por aí roubando e matando seu semelhante? É bem verdade que, com o passar dos anos e a chegada da modernidade desenfreada, cada geração, à sua maneira, evoluiu e muito. Entretanto, ficou latente que houve uma regressão de valores e de participação ativa na sociedade por parte dos jovens. Esse fato pode ser constatado em menor ou maior escala na cidade, no Estado e em todo o País. A Polícia Militar de Sorocaba, por exemplo, deu início a uma campanha visando identificar a razão de tantos jovens e adolescentes de ambos os sexos estarem perambulando à toa pelas ruas da cidade.

Diante de certas coisas que são bastante incômodas na atualidade, há que se fazer algumas considerações sobre a quem cabe a culpa por um cenário que via de regra se mostra extremamente desalentador. Seriam apenas os jovens os culpados por tudo num momento decisivo de suas vidas? Será que eles não foram empurrados cada vez mais em direção ao pior dos mundos e a tantas coisas que não fazem sentido?

Costuma-se dizer que a atual geração é mais acomodada e menos consciente e atuante se comparadas às de seus pais ou avós, quando tudo era completamente diferente. Apesar de existir uma certa veracidade neste ponto de vista, não se pode sustentar que os moços sejam os responsáveis exclusivos pelas suas atitudes de hoje. Não se pode ignorar que tudo reside na própria sociedade, que também foi se distanciando de muita coisa, passando a exigir menos colaboração e participação da juventude. Em tal circunstância, pode-se afirmar que o jovem é pura e simplesmente produto de seu tempo. Tempo esse em que se multiplicam as distorções dos valores éticos e morais.

Basta lembrar como o mundo individualista está superando tudo aquilo que antes era preservado em um ser humano: a solidariedade, a vontade de ajudar a construir algo de bom, o engajamento político e social. Qual é o brasileiro que hoje em dia não está atordoado com a avassaladora crise moral que toma conta das instituições políticas do País, onde os piores exemplos prosperam diariamente? Dessa forma, o que é que se pode esperar da juventude?

Se a sociedade moderna é a principal causadora de tantas deformações, ela não pode cobrar e exigir do jovem uma postura melhor, já que são pesados demais os péssimos exemplos que ele recebe. Num País no qual se sobressaem as idéias individualistas, a perversidade do caráter humano, a degradação dos costumes políticos e tantas outras deturpações, não se pode apenas apontar o dedo em direção à mocidade. Que atire a primeira pedra quem não se sentir um tanto quanto responsável por toda a situação anacrônica que existe ao nosso redor.

Juventude Brasileira

Por mais que se fale a respeito, não é de hoje que, no Brasil, o governo tem feito muito pouco pelo bem público. A impressão que se tem é que o Estado brasileiro só existe para atender aos interesses particulares de alguns grupos privilegiados e não de toda a população. É bem verdade que alguns programas do tipo Bolsa Família acabam ajudando muitas pessoas, mas não lhes garante, por exemplo, um emprego que possa valorizá-las perante si mesmas e perante a sociedade.

Embora a Constituição de 1988 estabeleça inúmeros direitos para que a cidadania seja exercitada plenamente, de maneira ampla e irrestrita, infelizmente a maioria deles ainda não existe de fato. O direito de ter um emprego, assistência médica decente, salários razoáveis para as necessidades essenciais, moradia e segurança são apenas alguns deles que nunca são colocados em prática para a maioria da população.

Toda essa realidade não deixa de atrapalhar a vida dos brasileiros, principalmente dos jovens, que ficam sem causa e sem identidade em busca de caminhos que possam levá-los a se incorporar como se deve na sociedade como verdadeiros cidadãos. Vivemos numa era maluca, onde as injustiças sociais é que prevalecem. Fala-se muito hoje em dia da importância do estudo para que os adolescentes possam se transformar em cidadãos úteis à sociedade.

O que ocorre, porém, é que depois de tantos anos frequentando os bancos escolares, eles acabam não conseguindo um emprego que corresponda à sua formação profissional, sendo obrigados, muitas vezes, a procurar outras atividades no mercado de trabalho. Infelizmente, os indicadores da economia, tanto da produção industrial quanto do comércio varejista, mostram que há uma estagnação, em prejuízo, principalmente, dos mais jovens que precisam trabalhar.

Parece que todos esquecem que cumprir o dever de propiciar cidadania à juventude é uma tarefa inadiável, um desafio que ultrapassa o dever constitucional do governo, abrangendo a consciência ética e a responsabilidade social.

É importante lembrar, também, que as projeções populacionais do IBGE indicam que, em 2020, deverá surgir um novo perfil demográfico favorável ao desenvolvimento, tendo em vista que as pessoas economicamente ativas serão bem mais numerosas do que as inativas. Ocorre, porém, que este potencial será inútil se o Brasil não conseguir mais empregos para os milhares e milhares de jovens que deixarão as universidades aptos a trabalhar.

Levando-se em conta que o trabalho é o mais eficiente canal de inclusão social, os governantes precisam levar mais a sério suas atribuições e cuidar muito mais da juventude brasileira, que hoje, infelizmente, é pouco envolvida com ações sociais. É preciso considerar que desde cedo acostumados com os obstáculos do desemprego e a baixa renda dos pais, os jovens acabam se transformando em vítimas e, ao mesmo tempo, em agentes potenciais da violência, das drogas e da marginalidade. Portanto, para evitar o pior, o Estado tem a obrigação de fazer o melhor por eles.


Seriedade Que Se Deve Exigir

Diante de todos os desatinos que há muito vêm ocorrendo no cenário político do País, não deixa de ser oportuno lembrar de um recente estudo do Banco Mundial (Bird) mostrando que nos últimos 10 anos pouco evoluíram os indicadores brasileiros de combate à corrupção. E ninguém em sã consciência pode se contentar com essa realidade que só prejudica os interesses da Nação. Apesar de o País ter criado ao longo dos anos alguns mecanismos eficientes de controle e proporcionado um ambiente mais favorável às ações de combate aos desmandos, o fato é que muito pouco tem sido feito nesse sentido, exigindo uma mobilização muito maior por parte de toda a sociedade. E isso o quanto antes, tendo em vista que os problemas não param de se acumular.

A única coisa um pouco mais animadora é que, diante das afrontas que todos vêm sofrendo cada vez mais, as bases da sociedade brasileira começam a manifestar com mais força toda a sua repulsa e indignação. Ainda recentemente, por exemplo, o Lions Clube de Blumenau-Centro, em Santa Catarina, lançou um documento à Nação condenando os atos de corrupção existentes no Brasil. Outras entidades, como o Rotary e a Maçonaria, que normalmente não se ocupam desses casos, também já estão se incorporando a essa luta. Ainda nesta semana, os integrantes do Rotary Clube de Sorocaba-Norte discutiram esse assunto.

Seria interessante que essas e muitas outras entidades da sociedade civil, que têm grande participação na vida brasileira, pudessem somar forças junto à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que sempre está à frente do combate à corrupção, ao lado da imprensa, para a deflagração de um grande movimento de nível nacional destinado a fazer frente às patifarias que ocorrem no cenário político.

É importante lembrar que estamos diante de uma endemia criminosa em larga escala. Trata-se de algo incomum a extensão com que o poder público é exercido para ganhos privados, incluindo tanto pequenas quanto grandes formas de corrupção. Não é possível aceitar tanta desonestidade e tanta impunidade. O Senado da República está desmoralizado. Com outras instituições públicas ocorre a mesma coisa, inclusive com o Judiciário.

Todos os fatos, estudos, denúncias, hipocrisias e cinismo confluem no sentido de formar um desafio a governos, poderes, entidades e órgãos de fiscalização e controle. A sociedade está cansada de tudo e, por isso mesmo, já existe um ambiente favorável a ações contra a corrupção de maneira mais eficaz, seja na punição dos corruptos, seja no aprimoramento de todos os instrumentos que possam favorecer o surgimento de um setor público mais correto e eficaz. Está na hora de o País sair da inércia. Ninguém pode deixar tudo por isso, mesmo como se nada demais estivesse acontecendo.

Os Escândalos E A Impunidade

Todos sabem que crise, seja ela qual for, sempre significou a transição de um sistema que estava se tornando inadequado para algo novo. Além de fazer parte de muitos momentos da vida, ela também acaba servindo de estímulo para que as coisas possam melhorar. Geralmente ela parece nos momentos de grandes transformações políticas, econômicas e sociais, mexe com as pessoas e aciona o potencial criativo de cada um para que todos possam se adaptar a uma nova realidade.

Infelizmente, porém, nem sempre as coisas são assim na vida política do País. Por mais que as crises ocorram nessa área de tanta importância para todos os brasileiros, nem sempre o melhor acaba acontecendo. Neste momento, por exemplo, podemos dizer que, caso o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado não aceite pelo menos discutir as representações feitas contra o presidente José Sarney, conforme já declarou o presidente do órgão, Paulo Duque (RJ), a sociedade pode perder as esperanças de exigir de volta a credibilidade da instituição, que há muito vem apresentando sinais de franca deterioração.

Será extremamente lastimável se a crise no Senado não servir para melhorar alguma coisa no cenário político brasileiro. Além da corrupção em todas as esferas do poder, o Brasil tem uma série de outras pragas, entre elas o corporativismo, sempre enraizado na vida política nacional, e a impunidade que só contempla os agentes de todos os tipos de escândalos.

Dessa forma, fica difícil acreditar num País assim, onde grandes parcelas de políticos não pensam no coletivo, mas em benefício próprio, naquilo que podem usufruir às custas dos contribuintes. A única coisa que prospera é a impunidade, numa verdadeira afronta aos brasileiros. De vez em quando o ventilador faz o lamaçal se espalhar, mas tudo permanece na mesma, até o próximo episódio acontecer. Até mesmo a militância do PT, que em outros tempos, por muito menos promovia ruidosas manifestações contra tudo e contra todos, hoje está envolvida por um silêncio sepulcral. A acomodação tomou conta de todos, mostrando como é grande a hipocrisia reinante no País.

Seria bom, se o Conselho de Ética do Senado pudesse contribuir para melhorar alguma coisa. Seria bom se de todo esse lamentável episódio, repleto de princípios indigestos e desastrosos, pudesse surgir um resultado promissor para toda a política brasileira, com cada um de seus protagonistas tendo mais consciência do papel que tem a cumprir no sentido de proteger a Nação.

A Gripe E A Falta De Informação

No início, quando a gripe suína começou a se manifestar em todo o mundo, a partir do México e dos Estados Unidos, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, se apressou em anunciar, através da imprensa, que o Brasil estava preparado para enfrentar o problema e que tinha, inclusive, tratamento adequado contra a doença. Passados pouco mais de três meses, com a evolução da influenza A por todo o Pais, inclusive com inúmeras mortes, constatou-se que o seu discurso inicial não está batendo com a realidade dos fatos.

Até agora já são 3.642 casos confirmados e de acordo com balanço parcial do Ministério da Saúde, divulgado na terça (11), ao menos 192 pessoas morreram. Porém, com os dados mais recentes das secretarias estaduais de Saúde, o número no Brasil já chega a 276. Também já foram registrados 1.586 casos graves da gripe suína no país. O avanço da doença é incontrolável, inclusive em Sorocaba e região, apesar de todas as providências que foram tomadas.

É hora de entender a real dimensão da doença e que apenas palavras e ações paliativas não bastam, como a suspensão das aulas nas escolas. Talvez esteja faltando, além de informações corretas, uma mobilização preventiva muito maior para lidar com o novo, com o imponderável e com o diferente. Até agora, nada do que está sendo feito minimizou os efeitos da doença que vem atingindo tanta gente.

Da mesma forma, também não deixa de ser estranho o fato de a venda de medicamentos contra a doença ter sido iniciada de imediato em todo o mundo. Se a gripe representava uma nova realidade planetária, como é que os laboratórios produziram em tempo recorde os medicamentos necessários? O interessante é que produziu-se o remédio e não a vacina, que só deverá ficar pronta no ano que vem.
Há dúvidas, inclusive, quanto à eficácia do remédio. Ninguém sabe ao certo se o tão propalado medicamento contra a Influenza A realmente corresponde às expectativas.

O que se percebe, na verdade, é que o governo está tendo sérias dificuldades para enfrentar o problema. Parece que tudo tem sido feito para não alarmar a população e não com o objetivo de combater de forma eficiente e eficaz a gripe suína. Basta lembrar que o Brasil não tem estrutura hospitalar de vanguarda para enfrentar uma epidemia da gripe, caso realmente ela venha a ocorrer com o passar do tempo.

Por tudo isso, seria interessante que os profissionais de todo o País que atuam nessa área fizessem uma série de questionamentos ao governo sobre a nova realidade que o Brasil está vivendo. A população brasileira tem o direito de ter acesso a todas as informações. E, neste momento, conforme tudo indica, elas só são do conhecimento do Ministério da Saúde. Pior ainda será se o ministério, por falta de dados reais, não tiver respostas à altura para dar à opinião pública.

Empresa Aérea Da Cidade É Acusada De Levar Dinheiro Da Universal Para Paraísos Fiscais

Acusado de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, o bispo Edir Macedo e outros nove integrantes da Igreja Universal do Reino de Deus estão sendo investigados pelo Ministério Público Estadual, que busca a origem de altos valores arrecadados, como os R$ 1,4 bilhão que fazem parte da receita anual da instituição. Em Sorocaba, uma empresa de transporte aéreo que pertence à igreja é apontada como principal escape para os esquemas criminosos.

Segundo dados da Receita Federal, a quantia em dinheiro arrecadado pela igreja, por meio dos dízimos pagos pelos fiéis, chega a R$ 1,4 bilhão ao ano, motivo pelo qual o Ministério Público iniciou uma investigação há dois anos. O MP denuncia que a instituição montou um esquema aéreo bem estruturado para transportar o dinheiro arrecadado nos mais de 4.500 templos espalhados nas 1.500 cidades do País e de se aproveitar da isenção de impostos oferecidos a igrejas de qualquer culto. “Após a arrecadação em cultos e atos nos templos, o dinheiro era acondicionado em sacolas e transportado em aviões particulares”, informou o juiz Gláucio Roberto Brittes, da 9ª Vara Criminal de São Paulo. As viagens que levam o bispo Edir Macedo e outros membros da igreja para vários Estados brasileiros e para cidades do exterior, são realizadas pela empresa sorocabana Alliance Jet.

Com uma frota de jatinhos potentes e capazes de cruzar oceanos, a Alliance Jet tem o maior número de viagens feitas para os Estados Unidos, onde mora Edir Macedo, e também para o Caribe, segundo informações apuradas pelo MP. Mesmo com hangar de capacidade para quatro jatos, a empresa prefere decolar seus vôos dos aeroportos de Cumbica, em Guarulhos, e Congonhas, em São Paulo, seguindo para diversos destinos. O mais recente investimento feito pela empresa foi a compra de um moderno jatinho que custou mais de R$ 50 milhões.

A denúncia feita pelo Ministério Público, através do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de São Paulo, e aceita pelo juiz Gláucio Roberto Brittes, na segunda-feira (10), é resultado de um trabalho de apurações sobre a movimentação financeira da igreja. A investigação teve início em 2007, quando sigilos bancários e fiscais foram apurados, chegando ao número de patrimônios adquiridos em nome da instituição entre os anos de 1999 e 2009.

Além da empresa sorocabana, o MP levantou o número dos bens acumulados por membros da igreja, que os cerca de oito bilhões de fiéis ajudam a manter nestes 32 anos de existência. São 23 emissoras de TV e 42 emissoras de rádio, quatro firmas de participações, uma agência de turismo, uma imobiliária, uma empresa de seguro de saúde, duas gráficas, uma gravadora, uma produtora de vídeos, uma construtora, uma fábrica de móveis e duas financeiras.

O MP revelou ainda que, segundo informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão do Ministério da Fazenda que combate a lavagem de dinheiro, depósitos bancários em espécies, feitos por pessoas ligadas à Universal, chegam a somar R$ 8 bilhões somente entre o mês de março de 2001 e março de 2008, e a movimentação entre 2003 e 2008 somou quase R$ 4 bilhões. (JORNAL DIARIO DE SOROCABA)