quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Juventude Brasileira

Por mais que se fale a respeito, não é de hoje que, no Brasil, o governo tem feito muito pouco pelo bem público. A impressão que se tem é que o Estado brasileiro só existe para atender aos interesses particulares de alguns grupos privilegiados e não de toda a população. É bem verdade que alguns programas do tipo Bolsa Família acabam ajudando muitas pessoas, mas não lhes garante, por exemplo, um emprego que possa valorizá-las perante si mesmas e perante a sociedade.

Embora a Constituição de 1988 estabeleça inúmeros direitos para que a cidadania seja exercitada plenamente, de maneira ampla e irrestrita, infelizmente a maioria deles ainda não existe de fato. O direito de ter um emprego, assistência médica decente, salários razoáveis para as necessidades essenciais, moradia e segurança são apenas alguns deles que nunca são colocados em prática para a maioria da população.

Toda essa realidade não deixa de atrapalhar a vida dos brasileiros, principalmente dos jovens, que ficam sem causa e sem identidade em busca de caminhos que possam levá-los a se incorporar como se deve na sociedade como verdadeiros cidadãos. Vivemos numa era maluca, onde as injustiças sociais é que prevalecem. Fala-se muito hoje em dia da importância do estudo para que os adolescentes possam se transformar em cidadãos úteis à sociedade.

O que ocorre, porém, é que depois de tantos anos frequentando os bancos escolares, eles acabam não conseguindo um emprego que corresponda à sua formação profissional, sendo obrigados, muitas vezes, a procurar outras atividades no mercado de trabalho. Infelizmente, os indicadores da economia, tanto da produção industrial quanto do comércio varejista, mostram que há uma estagnação, em prejuízo, principalmente, dos mais jovens que precisam trabalhar.

Parece que todos esquecem que cumprir o dever de propiciar cidadania à juventude é uma tarefa inadiável, um desafio que ultrapassa o dever constitucional do governo, abrangendo a consciência ética e a responsabilidade social.

É importante lembrar, também, que as projeções populacionais do IBGE indicam que, em 2020, deverá surgir um novo perfil demográfico favorável ao desenvolvimento, tendo em vista que as pessoas economicamente ativas serão bem mais numerosas do que as inativas. Ocorre, porém, que este potencial será inútil se o Brasil não conseguir mais empregos para os milhares e milhares de jovens que deixarão as universidades aptos a trabalhar.

Levando-se em conta que o trabalho é o mais eficiente canal de inclusão social, os governantes precisam levar mais a sério suas atribuições e cuidar muito mais da juventude brasileira, que hoje, infelizmente, é pouco envolvida com ações sociais. É preciso considerar que desde cedo acostumados com os obstáculos do desemprego e a baixa renda dos pais, os jovens acabam se transformando em vítimas e, ao mesmo tempo, em agentes potenciais da violência, das drogas e da marginalidade. Portanto, para evitar o pior, o Estado tem a obrigação de fazer o melhor por eles.


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