segunda-feira, 24 de maio de 2010

Dia do Desafio em Sorocaba é nesta 4ª feira dia 26

Todos os sorocabanos estão convidados a praticar alguma atividade física nesta quarta-feira (26). Além de fazer bem para a saúde e estimular as relações sociais, esta mobilização tem como objetivo principal garantir o maior número de participantes no Dia do Desafio. Quinze minutos de exercício bastam para ajudar Sorocaba na disputa contra as cidades de La Paz, capital da Bolívia, e Macau, na China.

Sozinho ou em grupo, todos podem participar. Qualquer tipo de ação é válida, desde uma caminhada, um jogo de futebol, fazer ginástica na academia ou uma boa pedalada. Leila Rodrigues da Silva, da Secretaria de Esportes, explica que, além de se movimentar, é importante a pessoa registrar a participação. Para isso, basta ligar para o telefone 0800-7707393. A central funcionará a partir de 0h, até as 21h desta quarta-feira (26). A ligação é gratuita.

Leila salienta que esta será a primeira vez que uma cidade brasileira enfrentará uma adversária de outro continente. A realização é da Prefeitura, por meio da Secretaria de Esportes, em parceria com o Sesc Sorocaba. As atividades serão desenvolvidas pela comunidade.

O comitê do Dia do Desafio está instalado no Ginásio Municipal de Esportes Dr. Gualberto Moreira, situado à Rua José Martins, na Vila Hortência. Desde o início de maio, escolas, empresas, academias, sociedades de bairro, clubes e outros grupos foram contatados e já agendaram atividades para o dia 26. Não é preciso fazer inscrição antecipada para participar é só se exercitar e informar o comitê.

Challenge Day

Criado no Canadá, em 1983, o Challenge Day é difundido no mundo inteiro pela Tafisa, uma entidade alemã que atua na promoção do esporte para todos. A ação é promovida em diversos países com a proposta de envolver a população e divulgar a importância da vida saudável. Esta será a 15ª edição do evento no Brasil, que aderiu à iniciativa em 1995. “Você se mexe e o mundo se mexe junto” é o slogan deste ano.

A coordenadora destaca que a prática regular de alguma atividade física traz benefícios para o corpo e a mente e reduz riscos de doenças, socializa, melhora a autoestima, emagrece, diverte. “Esperamos que as pessoas participem do evento e a experiência estimule que mais sorocabanos passem a fazer algum exercício regularmente”, comentou Leila.

Atividades agendadas

7h30 às 8h30 – CE Dr. Pitico – Caminhada até Carrefour Sônia Maria (apitaço)

7h50 – Iharabrás – Ginástica Laboral com os funcionários

8h30 - Academia Training Center – Jump

9h – Academia Training Center – Alongamento

14h – CE Maria Eugênia – Ginástica, futebol, atividade de jardinagem

14h às 17h – CE Dr. Pitico – Brincadeiras com as turmas de futsal, futebol, basquete e ginástica olímpica. Haverá cama elástica, pebolim, ping-pong, perna de pau.

15h – CE Maria Eugênia – passeio ciclístico

15h30 - Academia Training Center – GAP

16h - Academia Training Center – Alongamento

18h - Academia Training Center – Alongamento

18h30 – OAB – Casa do Advogado – ginástica e alongamento

18h30 - Academia Training Center – Postural e Power Ball

• Ao longo do dia, a Academia Runner Club realizará atividades de natação, hidroginástica, musculação, ginástica e Tae Kwon Do.

Confira a participação de Sorocaba no Challenge Day

1995 perdeu para Manado (Indonésia)

1996 venceu Bratslava (Eslováquia);

1997 venceu Caxias do Sul (Rio Grande do Sul);

1998 venceu Cochabamba (Bolívia);

1999 venceu Juiz de fora (Minas Gerais);

2000 venceu Quito (Equador);

2001 perdeu para Trujillo (Peru);

2002 venceu contra Mérida (México);

2003 venceu contra Santiago de Cuba (Cuba)

2004 venceu Coyoacan (México);

2005 venceu Valparaiso (Chile);

2006 venceu Azcopotzalco (México);

2007 venceu contra Manizales (Colômbia);

2008 perdeu para Chiquimula (Guatemala)

2009 perdeu para Durango – Capital do Estado de Durango (México).

(Jornal Cruzeiro do Sul)

43ª Semana do Tropeiro de Sorocaba “Profª. Vera Ravagnani Job”

43ª Semana do Tropeiro de Sorocaba “Profª. Vera Ravagnani Job”

PROGRAMAÇÃO
24 de Maio
Desfile Noturno Tropeiro “Caminho das Tropas, Mulas e Burros”
Saída: Largo do Divino
Horário: 19h
Destino: Ponte Francisco Dellosso (antigo registro das tropas)
Passeio com cavaleiros que percorrerão o antigo caminho das tropas

De 24 a 30 de Maio
Exposição sobre Tropeirismo - “Encontro entre tropeiros e estudantes”
Exposição de objetos do dia-a-dia dos tropeiros em um “Rancho Tropeiro”, montado para visitação.
Local: Casarão de Brig. Tobias
Horário: 9h às 16h
Informações e agendamentos: (15) 3231.1026

25 de Maio
Terça Sertaneja – Aniversário do 1º ano do Projeto
Local: Parque Dos Espanhóis
19h - Show de Pé de Serra & Piraí
Apresentação com repertório de música raiz, homenagem ao tropeiro e composições próprias
20h - Show de Laluna & Vinicius
A dupla é conhecida por compor canções que fizeram sucesso na voz de nomes como Zezé Di Camargo & Luciano. Vinícius é o compositor de sucessos como "A Ferro e Fogo", por exemplo. Atualmente, eles resolveram mostrar que também são bons no palco e já rodam o Brasil com seu show.

25 e 26 de Maio
Oficina de Culinária Tropeira
Com o pesquisador sorocabano Danilo José da Costa.
Para maiores de 14 anos
Local: Biblioteca Infantil
Horário: 19h às 21h
Informações: (15) 3231.5723
Costa é culinarista e pesquisador da história da culinária regional. Já ministrou aulas pela Linc sobre culinária tropeira, caipira e dos imigrantes e, neste curso, abordará sobre a Culinária Tropeira de Sorocaba.

Dia 26 de Maio
Apresentação artística Roda de Viola
19h30 - Show Trio Mantendo a Tradição
Local: Casarão de Brig. Tobias

Dia 27 de Maio
Apresentações Artísticas no Parque Natural Chico Mendes
13h30 - Música: Orquestra de Viola Tropeira de Sorocaba
Sob regência de Ricardo Anastácio, o grupo é formado de 40 alunos das oficinas da Linc que ocorrem no Parque dos Espanhóis.
14h30 - Teatro: “Zorobe - Ouviu-se um lamento: Era a história de um Jumento” Com o Grupo Teatral Nativos Terra Rasgada. Conta a história de Sorocaba através do jumento que vem do Rio Grande do Sul para ser vendido na feira de muares.
17h - Banda Embalo de Galpão
18h - Show: CTG Fronteira Aberta
Música Regional e Danças Tradicionais Gaúchas

Dia 28 de Maio
Apresentações artísticas no Parque Natural “Chico Mendes”
9h30 - Contação de Histórias: “Contos e Causos de mulas e tropeiros”
Com Cynthia Costa e Fábio Brendolan. Eles falarão sobre lendas tropeiras e histórias acontecidas pelos caminhos das tropas, permeadas por músicas e sonoplastia ao vivo.
13h30 - Show: CTG Fronteira Aberta
Declamação, Chula e Música Tradicional Gaúcha com o gaiteiro Percival
14h30 - Contação de Histórias: “Contos e Causos de mulas e tropeiros”
Com Cynthia Costa e Fábio Brendolan. Eles falarão sobre lendas tropeiras e histórias acontecidas pelos caminhos das tropas, permeadas por músicas e sonoplastia ao vivo.
18h - Música: Betto e Raphael
Repertório com músicas raiz e sertanejo universitário.
19h - Show: Cururu e Cana Verde
Com Cido Garoto e João Donizete Paes, cantadores de cururu há mais de 30 anos em Sorocaba.
A dupla já gravou vários CDs. Cido é autor do livro “Cururu. Retratos de uma tradição”, que conta a história do Cururu e todos os maiores cantores do gênero da região. Aparecido Garuti fará uma apresentação cantada com versos rápidos e curtos de cana verde, com o tema tropeiros e público presente.
20h - Tony & Boby
O primeiro CD da dupla, “Pobre Coração”, foi gravado em 1999. Em 2000, eles entraram em estúdio e gravaram quatro faixas, tendo um bom time de compositores e músicos. A produção e arranjos são assinados por Giuliano Barranco, que já trabalhou com grandes duplas, como Chitãozinho & Xororó, Rick & Rener e Mato Grosso & Mathias.

Dia 29 de Maio
Intervenções artísticas no Parque Natural Chico Mendes
10h30 - Orquestra Viola Tropeira de Sorocaba
13h30 - Show: CTG Fronteira Aberta
Danças Tradicionais Gaúchas, Malambo e Chula
17h - Show: Paulo Mota – Gaiteiro de Alegrete
18h - Show: Grupo de Fandango de Chilena dos Irmãos Lara de Capela do Alto
Com mais de cinquenta anos de história, o grupo é formado basicamente pela família Lara, apresentando-se há gerações. Com suas danças, eles contam um pouco da história do Tropeirismo no Brasil, usando duas violas caipiras, uniformes compostos de calça azul camisa vermelha, chapéus e botas pretas e esporas, que dão o brilho à apresentação. O grupo já recebeu diversos prêmios.
19h - Show: Grupo de Dança Biriva "Luiz Antonio Alves" - Centro de Tradição
Gaúcha "Ginetes da Tradição de Caxias do Sul"
Grande apresentação de danças birivas, que fazem parte da tradição de São Paulo e de Sorocaba, e de danças do folclore riograndense. Luiz Antonio Alves destaca o desejo dos gaúchos em conhecer Sorocaba dos tropeiros e, portanto, a vinda dos meninos 'birivas' poderá representar a reabertura do caminho das tropas... um caminho de histórias e de saudades...
20h - Show: Rodrigo Freitas & Xavier
A dupla é sorocabana, com uma voz forte e um dueto perfeito, passando a sensibilidade de cada canção.

Dia 30 de Maio
Desfile de encerramento da 43ª Semana do Tropeiro
Concentração e Chegada: Parque Natural Chico Mendes
Saída: 9h
Percurso: Av. Três de Março, Av. Eng. Carlos Reinaldo Mendes, Rua Mário Thame, Rua Padre Madureira, Av. São Paulo, Rua XV de Novembro, Rua de São Bento, Rua Cesário Mota, Rua Moreira Cesar, Av. Eugênio Salerno, Av. Afonso Vergueiro, Av. Dom Aguirre, Rua Padre Madureira, Av. Eng. Carlos Reinaldo Mendes e Av. Três de Março.
Intervenções artísticas no Parque Natural Chico Mendes
13h30 - Show: Juliano Reis e Banda
Apresentação de música raiz e sertanejo universitário
14h30 - Show: Gil Wagner e Banda Fiapo de Manga
Moda de Viola e Músicas Sertanejas

De 24 a 29 de maio
Intervenções nas ruas com o “Grupo Em Cena” para divulgar as cenas tradicionais desta cultura. O objetivo é chamar a atenção da população para a importância da Semana do Tropeiro.
Locais: Praças Públicas – das 7h às 8h e das 17h30 às 18h30.(http://www.sorocaba.sp.gov.br)

A História do Tropeirismo - Sorocaba-SP

A História do Tropeirismo
Tropeirismo - Segundo o historiador Aluísio de Almeida, o Tropeirismo é um complexo de fatos geográficos, históricos, sociais, econômicos e até psicológicos, relacionados com as tropas de transporte em todo o País. Ciclo econômico e social, o tropeirismo é peculiar ao centro-sul brasileiro. Sucede ao bandeirantismo e coexiste com os ciclos da mineração, do açúcar e do café em quase todas as regiões brasileiras. Substituído, aos poucos, pelo transporte a vapor e motorizado, persiste como meio de transporte em regiões montanhosas e de difícil acesso.

O Ciclo do Tropeirismo - Começou por volta de 1733, com o português Cristóvão Pereira de Abreu, que abriu estrada ligando Curitiba a Sorocaba, conduzindo mulas e gado. Mas, é a partir de 1750, com o Registro de Animais ao lado da ponte sobre o Rio Sorocaba, que tornou-se sistemática a passagem de tropas xucras ou arreadas por aqui e a consequente realização das grandes feiras que, em geral, duravam dois meses.
Terminou por volta de 1897, quando se realizou a última feira em Sorocaba. Os anos de 1750 a 1850 são considerados como a fase áurea do tropeirismo.
O tropeirismo caracterizou-se pelo uso generalizado do lombo de animal, equino ou muar especialmente este, para o transporte de cargas. O se faz hoje em caminhões era feito pelas tropas arreadas, isto é, um conjunto de 8 a 10 animais equipados com cangalhas, nas quais eram penduradas as canastras ou as bruacas, contendo as mercadorias. Esse tipo de tropa, também chamada de tropa cargueira ou de comércio, era constituída por animais mansos, tendo à frente a mula da “cabeçada”, assim chamada por sua posição na tropa e porque levava na cabeça ou pescoço alguns guizos, tendo o cabresto encimado por um pano vermelho: a “boneca”, sempre seguida pelos outros animais, inclusive a “madrinha”, se estivesse presente.
Cada tropa tinha seus homens responsáveis que a conduziam a pé e cuidavam de outras tarefas, como cozinha e arreamento. O tropeiro era o chefe e geralmente ia montado. Sem a tropa arreada, levando e trazendo mantimentos, roupas e utensílios, dificilmente as “ilhas de civilização” - que eram as pequenas povoações espalhadas por esse imenso País teriam sobrevivido. Entretanto, foi a tropa solta ou xucra, que os tropeiros de Sorocaba e Região Sul traziam dos pampas gaúchos até Sorocaba, onde os animais eram domados por famosos peões e vendidos nas feiras que aqui se realizavam, principal fornecedora do meio mais eficiente de transporte da época: o muar.
O caminho para o sul - No Estado de São Paulo: Sorocaba, Campo Largo (atual Araçoiaba da Serra), onde invernavam as tropas, Alambari ou Pouso das Pederneiras, Itapetininga, Buri, Itapeva, Itararé.
No Paraná: Jaguariaiva, Castro, Ponta Grossa, Palmeiras, Guarapuava, Curitiba, São José dos Pinhais, Lapa, Rio Negro.
Em Santa Catarina: Mafra, Curitibanos e Lajes.
No Rio Grande do Sul: Passo Fundo, Cruz Alta, Vacaria, Viamão, Porto dos Casais.
Muitas destas e ainda outras cidades surgiram de primitivos pousos de tropeiros.
Pouso de Tropeiros - O pouso, como o próprio nome diz, era o local de parada durante as longas jornadas dos tropeiros. O local deveria oferecer condições mínimas de segurança à tropa, água e alimento. O local de descanso dos tropeiros podia ser a céu aberto, com quase nenhum recurso, ou dispor de pequena cobertura de palha ou telheiro, que garantia proteção contra chuva, sereno ou vento. Muitos pousos deram origem a vilas e, posteriormente, a cidades.
A Feira de Muares - Ocorria durante todo o ano, mas crescia nos meses de abril e maio, quando para Sorocaba afluíam, além de compradores de animais, ricas famílias da capital e cidades vizinhas que vinham para se divertir. A cidade apresentava aspecto festivo com a presença de mascates, fabricantes de arreios, ourives especializados em prata, circo de cavalinhos, companhias de teatro, jogadores, cantores e outros. Ela começava com a venda do primeiro lote de animais. O grito de “Rebentou a feira!” era o sinal para o início de todos os outros negócios. À noite, os tropeiros se entregavam aos vários divertimentos procurando esquecer as agruras das longas jornadas.
O traje de tropeiro - O comum era calça e camisa de pano grosso e botas até os joelhos; os tocadores de lotes (personagens mais humildes), provavelmente andavam descalços ou com simples alpercatas de couro; o chapéu era de abas largas, sendo a da frente, algumas vezes, presa à copa. Usavam ainda o facão sorocabano (largo e de ponta curva), a guaiaca (cinto de couro com divisões), o xiripá (grande faixa enrolada entre as pernas e que muitas vezes se reduzia a uma simples tira à volta da cintura).
A provisão para a longa viagem consistia em feijão, toucinho defumado, carne seca, farinha de mandioca, café e chá. A partir do início da implantação das ferrovias (1875) começou a definhar o comércio de tropas. Sorocaba teve sua última feira em 1897, quando ocorreu o primeiro surto de febre amarela que encerrou esse capítulo da história sorocabana, embora o comércio de animais, muares, equinos trazidos do sul, tenha continuado até meados do século vinte.
A lição admirável que se pode encontrar na façanha silenciosa do Tropeiro, integrando a Região Sul à comunidade brasileira ou penetrando nas áreas difíceis do nordeste e centro-oeste, símbolo da coragem e pioneirismo que deve continuar a ser lema de Sorocaba.
O feijão tropeiro - Basicamente, feijão cozido, com toicinho defumado, carne seca, engrossado com farinha de mandioca ou milho. Pode ser acompanhado com torresmo e couve frita. Esse prato varia conforme a disponibilidade dos produtos mas, essencialmente, não apresentava grandes mudanças. Alimento calórico para satisfazer as necessidades do trabalho pesado dos tropeiros. Muitas vezes, consistia na única refeição do dia, depois de uma longa jornada de estrada e da lida atenta e cansativa das tropas.
Na maioria das vezes, era um menino de pouco mais de dez ou doze anos o responsável pela cozinha. Acordava cedo, preparava o café simples e saía na frente.
Providenciava o feijão, e aguardava a chegada da tropa.
Receita Básica de Feijão Tropeiro - 2 pratos de feijão cozido; 500 gramas de toicinho defumado; 200 gramas de lingüiça defumada; 200 gramas de carne seca desfiada ou em pequenos pedaços; 500 gramas de farinha de milho; Cebolinha, sal e alho. Modo de fazer: Corte o toicinho em pedaços, frite e separe. Faça o mesmo com a linguiça e a carne seca. Numa panela grossa, coloque duas colheres de banha de porco, frite o alho e coloque o feijão sem o caldo. Acrescente o caldo e o sal a gosto. Coloque, então, a carne seca e a linguiça. Misture bem. Depois, o cheiro verde e complete, aos poucos, com a farinha de milho, mexendo sempre, até ficar em ponto de angu. Sirva com arroz, couve frita e torresmo pururuca. Cálculo por pessoa: feijão - 50 gramas; arroz – 50 gramas; carnes (todas juntas) – 200 gramas.
Manifestações folclóricas ligadas ao Tropeirismo
Fandango - De origem espanhola, o fandango é a dança tradicional dos tropeiros, executada na época por homens e acompanhada pela viola. Dança de desafio, marcada por sapateado, palmas e exibição de destreza. Os passos mantêm denominações que remetem à tradição rural e tropeira: bate-na-bota, varginha simples, palmeada, cerradinho, quebra-chifre, entre outras. Dançava-se o fandango nos pousos e festas. Os participantes utilizam chapéus, botas, lenços amarrados no pescoço e chilenas, isto é, esporas cujas rosetas denteadas são substituídas por rosetas de metal, que retinem nas batidas dos pés.
Cururu - Cururu é desafio cantado e improvisado da região Sul-Paulista. Surgiu na época dos bandeirantes, como louvação aos santos. Improvisavam-se os cantos, entremeados de pedidos e agradecimentos. Transformou-se em desafio de cantadores, que criam provocações e respostas sempre cantadas, seguindo rimas ou carreiras: o primeiro cantador escolhe a carreira, que os demais devem respeitar. As mais utilizadas são as carreiras de São João (terminadas em ão), do Sagrado (terminadas em ado). As mais difíceis são as carreiras de Deus Onipotente (terminadas em ente), São Pedro (terminadas em edo), entre outras.
Na época dos tropeiros os cantadores de cururu apresentavam-se pelas ruas e praças e nos pousos ao redor da cidade, atraindo a atenção de todos em exibições que chegavam a varar a madrugada até o amanhecer.
No século XX, as exibições de cururu continuaram nas festas de São João e do Divino e, também, aos finais de semana no Largo do Mercado e nas praças centrais. As estações de rádio mantiveram, por décadas, programas semanais de cururu Atualmente, ainda acontecem apresentações de cururus em clubes, bares e festas de nossa cidade.
A cana verde - A Cana verde, assim como o cururu, é desafio trovado, de improviso, a partir de um refrão. As estrofes são curtas e ágeis. Os cantadores improvisam um de cada vez, exigindo grande habilidade e rapidez.
Moda de Viola - Segundo o pesquisador de Música Popular Brasileira, Zuza Homem de Mello, a música caipira tem local certo de nascimento: compreende o espaço entre Sorocaba, Tietê e Botucatu. Se aqui nasceu, foi divulgada pelos tropeiros e se difundiu para todo o Brasil, especialmente Minas, Mato Grosso, Goiás e Paraná.
As primitivas modas de viola apresentavam uma estrutura mais longa, uma história completa e detalhada sobre personagem ou acontecimento. Com a gravação em disco, houve a necessidade de se reduzir a duração das modas, que ainda preservaram a tradição formal de se cantar uma história e acompanhada pela inseparável viola.
Viola - A viola era a grande companheira dos tropeiros em suas longas viagens, nos pousos e nas vilas por onde passavam. Foram eles os responsáveis pela difusão da moda de viola – nascida na região de Sorocaba, Piracicaba e Botucatu.
Alguns provérbios e expressões tropeiras
- Burro velho não pega trote – Com o passar dos anos, é mais difícil aceitar as mudanças.
- Quem lava cabeça de burro perde o trabalho e o sabão – Discutir com teimoso é trabalho perdido.
- Onde vai o cincerro vai a tropa – onde o líder vai, leva consigo o grupo.
- Pela andadura da besta se conhece o montador – Pelos atos se conhece a pessoa.
- Picar a mula – Ir embora.
- Deu com os burros n’água – Trabalho ou coisa que não deu certo.
- Teimoso como uma mula.
- Tem caveira de burro – Coisa azarada.
- Estar com a tropa ou estar com o burro na sombra – Estar tranquilo, com sucesso. (http://www.sorocaba.sp.gov.br)