De acordo com a diretora técnica da regional da Visa em Sorocaba, Sônia Maria de Andrade Siqueira, das 45 autuações na região, 35 foram realizadas somente em Sorocaba, com apenas uma reincidência. “A maioria das multas foram empregadas em restaurantes e apenas um bar noturno desrespeitou a punição e voltou a permitir o fumo nas suas dependências. Mas hoje esse bar já está dentro da lei. Diante dos dados, posso afirmar que essa região é uma das mais bem sucedidas nesta lei. O sorocabano aderiu mesmo à campanha”, ressaltou.
Segundo a Secretaria de Saúde do Estado, a Visa Estadual e do Procon realizaram, até o último dia 31 de julho, 360.741 inspeções por todo o Estado (média de 40 por hora) e aplicaram 822 multas, o que representa apenas 0,22% de descumprimento. Desse total, 18,5% das multas aplicadas foram feitas a partir de denúncias telefônicas. Ainda de acordo com o Estado, cerca de 500 fiscais foram especialmente treinados para fiscalizar o cumprimento da lei. Mas para a diretora, a vigilância é permanente. “Devemos prosseguir nesse trabalho e a comunidade pode ajudar na fiscalização”, falou, se referindo às formas de denunciar, que podem ser feitas pelo 0800-7713541 e pelo www.leiantifumo.sp.gov.br.
Menos monóxido de carbono
Um estudo realizado pelo Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas em cerca de 700 estabelecimentos do Estado, como bares, restaurantes e casas noturnas, revelou que houve uma redução de até 73,5% nos níveis de monóxido de carbono no interior desses ambientes. Os frequentadores e funcionários desses estabelecimentos foram alguns dos grandes beneficiados pela lei. “O sorocabano entendeu a importância da legislação e aderiu mesmo à lei. Isso é um benefício à comunidade como um todo”, falou Sônia.
É o que garante a gerente de restaurante Roseli dos Santos Jacometo, que comemora a vigência da lei antifumo. Funcionária de um estabelecimento da área central de Sorocaba há 3 anos, ela garante que há um ano deixou de ter problemas com os clientes. “Antes, eu tinha que pedir para não fumar dentro do restaurante e, às vezes, ouvia reclamação dos não fumantes. Mas depois da lei isso acabou e o nosso ar melhorou, graças a Deus”, disse.
O também gerente, José Roberto Furlan, conta que durante 19 anos sofreu com os fumantes que frequentavam o bar onde trabalha, no Centro. “Era ruim. Pedíamos para que não fumassem, mas as vezes não adiantava. Agora, todos já sabem que aqui dentro não pode e nosso ar está mais puro”, fala ele, que deixa uma caixa de fósforo estrategicamente posicionada do lado de fora do estabelecimento. “Se chegar aqui querendo fumar eu já falo: vai lá fora, o fósforo tá na pilastra”, disse.
Os fumantes Josué Oliveira Nunes, de 31 anos, e Vilza Campos Ferreira, de 29 anos, garantem que não mudaram seu comportamento diante da nova lei. Segundo eles, o respeito já era um hábito. “Não fumávamos em locais fechados, nem perto de quem não fuma. Então não mudou nada”, disseram. O fumante Sidnei Vidal Gomes, de 28 anos, também garantiu não ter mudado sua rotina. Segundo ele, a única observação é que agora, em alguns locais, antes permitidos, tem que sair para poder fumar.
Quem gostou da iniciativa foi seu amigo, José Eduardo Peres Ramos, de 40 anos, que passou a ter vida social. Ele explica que não fuma, assim como a esposa, que não gosta do cheiro do cigarro. “Por essa razão, às vezes a convida para sair e ela não queria. Falava que não suportava aquele cheiro de cigarro. Agora, com a lei, estamos saindo mais”, comemora.(Leila Gapy-J. Cruzeiro Do Sul)
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