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O deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) jogou a toalha e, bem ao seu estilo, saiu atirando. Um dia depois do PSB praticamente sepultar sua pré-candidatura à Presidência da República, Ciro atacou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidenciável do PT, Dilma Rousseff, e, quase como uma ironia, passou a apostar na vitória do tucano José Serra, seu mais cruel adversário.
Em entrevista ao portal IG, horas depois de sua assessoria ter divulgado uma nota na qual dizia que Ciro “jamais desistirá de concorrer à Presidência”, o deputado desabafou. “Tiraram de mim o direito de ser candidato. Mas quer saber? Relaxei. Eles não querem que eu seja candidato? Querem apoiar a Dilma? Que apoiem a Dilma”.
“Estou como a Tereza Batista cansada de guerra. Acompanho o partido. Não vou confrontar o Lula. Não vou confrontar a Dilma”, disse.
Praticamente sozinho no sonho de chegar ao Palácio do Planalto, sem partidos para fazer alianças, com um tempo minúsculo de TV e caindo nas pesquisas, Ciro diz que essa não era sua preocupação.
“Não me importava de ser um candidato com 2%, 5%, 10% das intenções de voto. Acho que minha presença nos debates e nos programas de televisão poderia provocar uma discussão no país, uma discussão sobre o futuro do Brasil”, fala.
A boa relação com Lula, que lhe convenceu até a transferir seu título eleitoral para São Paulo para, em uma última hipótese, concorrer ao governo do Estado, se deteriorou. “O Lula está navegando na maionese. Ele está se sentindo o Todo-Poderoso e acha que vai batizar Dilma presidente da República. Pior: ninguém chega para ele e diz ‘Presidente, tenha calma’”, critica.
“Ele não é um Deus”, completa, quando questionado sobre a popularidade do presidente.
Instigado a falar do seu algoz, Ciro muda o discurso e diz que Serra é “mais preparado, mais legítimo, mais capaz” para governar o Brasil a partir de 2011.
“Minha sensação agora é que o Serra vai ganhar esta eleição. Dilma é melhor do que o Serra como pessoa. Mas o Serra é mais preparado, mais legítimo, mais capaz. Mais capaz inclusive de trair o conservadorismo e enfrentar a crise que conheceremos em um ou dois anos.”
A aliança do PT com o PMDB também é alvo dos tiros de Ciro. “Como o PT, apoiado pelo PMDB, vai conseguir enfrentar esta crise? Dilma não aguenta. Serra tem mais chances de conseguir”, diz.
Ele também afirma que a campanha de Dilma não está preparada para o que vai encontrar pela frente nos próximos meses. “Sabe os aloprados do PT que tentaram comprar um dossiê contra os tucanos em 2006? Veremos algo assim de novo. Vai ser uma m…”.
Sobre o futuro político, Ciro foi lacônico. “Não me peçam para ir à televisão declarar o meu voto, que eu não vou. Sei lá. Vai ver viajo, vou virar intelectual. Vou fazer outra coisa”.
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