O
presidente francês, o socialista François Hollande, enfrenta o primeiro
grande escândalo de seu mandato com a demissão do ministro do
Orçamento, Jérôme Cahuzac, no momento em que sua popularidade cai nas
pesquisas e a situação econômica da França se deteriora. A renúncia de
Jérôme Cahuzac, um dos pilares do governo ocorreu em um péssimo momento,
em plena preparação do orçamento e horas antes do debate na Assembleia
Nacional (Câmara Baixa) de uma moção de censura apresentada pela
oposição de direita, embora esta não tenha possibilidade de ser adotada,
já que os socialistas têm maioria absoluta.
Cahuzac é suspeito de ter mantido uma conta bancária na Suíça, e isso será investigado, e embora ele siga se dizendo inocente, as acusações de que é alvo comprometem seriamente a imagem de governo "exemplar" reivindicada por Hollande. O presidente anunciou que havia aceitado a renúncia de Jérôme Cahuzac três horas depois de a procuradoria de Paris ter anunciado a abertura de um procedimento judicial por fraude fiscal neste caso, que ficou mais explosivo pelo fato de Cahuzac ter feito da luta contra a fraude fiscal um de seus cavalos de batalha.
A polícia considerou provável que Jérôme Cahuzac seja a pessoa que fala de sua conta na Suíça em uma gravação telefônica divulgada pelo portal de informação Mediapart. Em Genebra, a procuradoria confirmou nesta quarta-feira (20) que havia recebido um pedido de ajuda judicial das autoridades francesas por este caso, e que ele mesmo está "sendo examinado". Ao anunciar rapidamente a demissão de seu ministro, Hollande, que elogiou seu "talento e competência" e saudou sua decisão de renunciar ao governo "para defender sua honra", quis evitar a piora da situação.
"Entrávamos em um ciclo no qual a trama judicial corria o risco de se transformar em trama política", disse um assessor do presidente, considerando que em nome da "exemplaridade" precisava "agir imediatamente". No Conselho de Ministros realizado nesta quarta de manhã, Bernard Cazeneuve, novo ministro do Orçamento, ocupou o lugar de Cahuzac. À beira das lágrimas, Jérôme Cahuzac havia saudado pouco antes, na cerimônia de transferência de poderes do ministério, a nomeação de seu "amigo" Bernard Cazeneuve para sucedê-lo e afirmara que esta era "a única boa notícia".
Bernard Cazeneuve, que desempenhava até agora a função de ministro de Assuntos Europeus, herda uma tarefa difícil, já que deverá retomar rapidamente as discussões iniciadas por seu antecessor com seus colegas do governo para definir novos cortes com o objetivo de reduzir o déficit. Esta pequena reorganização não significa a chegada de caras novas ao governo francês, pois Bernard Cazeneuve é substituído nos Assuntos Europeus por Thierry Repentin, que era o responsável pela Formação Profissional e que terá sua pasta assumida pelo ministro do Trabalho, Michel Sapin.
Nesta quarta-feira à tarde, o governo reorganizado teria pela frente na Assembleia Nacional o debate sobre a moção de censura apresentada pela oposição "contra a política econômica do governo", que não tem chance de ser adotada, mas que permitirá que o primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault tentar retomar o moral de seu campo, no momento em que o crescimento do país é quase nulo e o desemprego avança. (AFP)
Cahuzac é suspeito de ter mantido uma conta bancária na Suíça, e isso será investigado, e embora ele siga se dizendo inocente, as acusações de que é alvo comprometem seriamente a imagem de governo "exemplar" reivindicada por Hollande. O presidente anunciou que havia aceitado a renúncia de Jérôme Cahuzac três horas depois de a procuradoria de Paris ter anunciado a abertura de um procedimento judicial por fraude fiscal neste caso, que ficou mais explosivo pelo fato de Cahuzac ter feito da luta contra a fraude fiscal um de seus cavalos de batalha.
A polícia considerou provável que Jérôme Cahuzac seja a pessoa que fala de sua conta na Suíça em uma gravação telefônica divulgada pelo portal de informação Mediapart. Em Genebra, a procuradoria confirmou nesta quarta-feira (20) que havia recebido um pedido de ajuda judicial das autoridades francesas por este caso, e que ele mesmo está "sendo examinado". Ao anunciar rapidamente a demissão de seu ministro, Hollande, que elogiou seu "talento e competência" e saudou sua decisão de renunciar ao governo "para defender sua honra", quis evitar a piora da situação.
"Entrávamos em um ciclo no qual a trama judicial corria o risco de se transformar em trama política", disse um assessor do presidente, considerando que em nome da "exemplaridade" precisava "agir imediatamente". No Conselho de Ministros realizado nesta quarta de manhã, Bernard Cazeneuve, novo ministro do Orçamento, ocupou o lugar de Cahuzac. À beira das lágrimas, Jérôme Cahuzac havia saudado pouco antes, na cerimônia de transferência de poderes do ministério, a nomeação de seu "amigo" Bernard Cazeneuve para sucedê-lo e afirmara que esta era "a única boa notícia".
Bernard Cazeneuve, que desempenhava até agora a função de ministro de Assuntos Europeus, herda uma tarefa difícil, já que deverá retomar rapidamente as discussões iniciadas por seu antecessor com seus colegas do governo para definir novos cortes com o objetivo de reduzir o déficit. Esta pequena reorganização não significa a chegada de caras novas ao governo francês, pois Bernard Cazeneuve é substituído nos Assuntos Europeus por Thierry Repentin, que era o responsável pela Formação Profissional e que terá sua pasta assumida pelo ministro do Trabalho, Michel Sapin.
Nesta quarta-feira à tarde, o governo reorganizado teria pela frente na Assembleia Nacional o debate sobre a moção de censura apresentada pela oposição "contra a política econômica do governo", que não tem chance de ser adotada, mas que permitirá que o primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault tentar retomar o moral de seu campo, no momento em que o crescimento do país é quase nulo e o desemprego avança. (AFP)
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