Reajuste médio de 4,10% passa a valer a partir do dia 1º de junho; tarifa social será de R$ 2,95
Edinéia Rodrigues - Por: Pedro Negrão
Sob a justificativa de que "se obriga" a decretar a medida em razão do
"reajuste da planilha de custos operacionais", a Urbes anunciou ontem
que o preço da tarifa do transporte coletivo em Sorocaba passa, a partir
do dia 1º de junho, dos atuais R$ 2,95, para R$ 3,15. O aumento de
4,10% foi determinado, conforme a empresa, pelo índice salarial
concedido aos motoristas e pela variação dos insumos básicos.
O anúncio foi recebido com indignação por usuários que reagiram usando
adjetivos como "roubalheira", "absurdo" e "injusto". (leia nesta
página). Na nota que enviou à imprensa, a gerenciadora do setor destaca,
ainda, os investimentos "nas melhorias do sistema". Só a esse título,
diz o comunicado, o impacto foi de 7,42%. O passe social sobe de R$ 2,85
para R$ 2,95, e o estudante se mantém no valor de R$ 1,50. A promoção
para quem anda de ônibus aos domingos pagando R$ 1, continua.
Táxi também sobe
Também a partir de 1º de junho andar de táxi em Sorocaba ficará 5,17%
mais caro. Na mesma nota divulgada ontem, a Urbes informou ter atendido à
solicitação do Sindicato dos Taxistas e, também, "obrigada" decretou
aumento da bandeirada para R$ 4,50. A bandeira 1 passa para R$ 2,50, e
a hora parada, para R$ 20,90. A taxa cobrada por volume transportado
com tamanho maior do que 60 centímetros foi mantida em R$ 0,50.
No uso da bandeira 2, que vale entre 19h e 6h, de segunda a sexta-feira,
partir das 13h aos sábados, e integralmente nos domingos e feriados,
continua autorizada aplicação do acréscimo de 20% à tarifa do quilômetro
rodado (bandeira 1).
Ônibus: aumento gera críticas de usuários
Num misto de surpresa e indignação, os usuários do transporte
coletivo em Sorocaba criticaram o aumento da tarifa do ônibus para R$
3,15, a partir de 1º de junho. Em meio à correria para pegar a condução,
usuários do sistema que transitavam ontem pelo Terminal Santo Antônio e
todos os abordados se manifestaram contrariamente à medida. Adjetivos
como "roubalheira" e "absurdo" foram os mais usados.
A cozinheira Edneia Rodrigues levou um susto ao ser informada do
reajuste. "O quê? R$ 3,15 para andar nessa porcaria, como se estivesse
numa lata de sardinha? Claro que não dá para aceitar. Eles não perdem
por esperar. Este ano, nas eleições, o povo saberá devolver, na mesma
moeda, o presente que recebe. É como dizem mesmo: o governo não se
importa com a situação de quem viaja de ônibus. É mais uma presepada que
armam."
Também com pressa, o vendedor Caê Nery reagiu à notícia: "O quê? Vai
subir? Esses caras só podem estar de brincadeira. Querem nos fazer de
palhaços. É bom para a gente aprender e cobrar compromisso de quem
pretende governar a cidade. Eu acho muito caro pela qualidade do
serviço. Os ônibus estão menores, o desconforto é muito grande e atrasa o
tempo todo. Quando chega essa hora, então, nem dá para andar direito.
Vai todo mundo espremido."
Bruna Rodrigues, que trabalha como caixa, lembrou que o seu salário não
subiu na mesma proporção. "Vai pesar muito, sim esse aumento da
passagem. Eu, como tanta gente, não tive reajuste de salário. Vamos,
como sempre, pagar a conta das burradas que eles fazem. O jeito é dar a
resposta à altura, nas urnas. Só assim a situação melhora. É até
complicado de falar. O povo sofre mesmo. Tomara que aprenda e faça valer
seu poder de decisão."
Até quem não paga passagem desaprovou o reajuste. A ambulante Ana Alves,
que possui passe idoso, fez questão de protestar. "Põe aí no jornal que
isso não está certo. Eu não pago ônibus por causa da idade, mas muita
gente paga e vai sofrer por isso. Essa cambada não tem coisa melhor para
fazer, e desconta no povo. Onde se viu? Três reais para andar nessa
lata velha que mais fica quebrada do que anda. É muita safadeza!"
O manobrista Rodinei Xavier de Freitas foi mais categórico: "Isso tudo é
uma roubalheira! Os bacanas decidem que têm de aumentar a passagem, e
nós, aqui, quer arcamos com o prejuízo. Não sai do bolso deles mesmo.
Lá, todo mundo anda de carrão, não depende de ônibus. Quem precisa, que
se lasque andando no aperto sem a mínima condição de viajar. Se é que dá
para chamar esse sofrimento de viagem."
Tamires Maia disse que está preocupada porque, agora, terá de
administrar melhor o orçamento. "É um absurdo o que fazem com a gente.
Ninguém merece esse desrespeito todo. Eu não sabia desse reajuste.
Agora, vou fazer contas e ver de onde eu tiro dinheiro para atender
outras necessidades."
(José Antônio Rosa- Jornal Cruzeiro do Sul)
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