segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Fim do programa Via Viva surpreende frequentadores

Jade Maria com os filhos Gabriel e Maria Luiza - Por: Emídio Marques

No domingo que foi o primeiro do cancelamento do Via Viva, o trânsito estava fluindo normalmente na avenida Itavuvu e a maioria dos estabelecimentos comerciais estavam de portas fechadas. No local, algumas pessoas desinformadas do cancelamento, estranharam a rua aberta para o vai e vem dos carros. Quando chegou à avenida Itavuvu, Luiz Alberto Francisco ficou surpreso. "Não sabia mais que não tinha Via Viva. 
 
Todo domingo venho aqui com meu filho de 10 anos", disse o homem de 36 anos que trabalha como polidor e mora na Vila Carol. Além de andar de bicicleta pela rua que ficava interditada, Luiz e o filho costumavam curtir outros eventos que eram realizados no local. "A gente curtia música, algumas atividades esportivas".

Jade Maria da Solva, 30 anos, e os filhos Gabriel, de 7 anos, e Maria Luiza, 2, também ficaram um tanto decepcionados. "Todo domingo minha filha fala "mãe, vamos no Via Viva". A gente mora aqui perto e aproveitava os shows, as brincadeiras oferecidas. Ela gostava do pula-pula. Ela ganhou uma bicicleta e estava muito empolgada para vir aqui", disse enquanto andava ao lado dos filhos na ciclovia do canteiro central da avenida. 
 
Tanto Jade quanto Luiz Alberto explicaram que lamentam o fim do Via Viva porque na região onde moram não há muito lazer, parque ou um local em que as crianças possam brincar tranquilamente. "Aqui perto tem o centro esportivo Dr. Pitico, mas não é a mesma coisa. Nem sempre está aberto", disse Luiz. "A gente mora longe dos parques e não temos opções de lazer aqui perto", falou Jade, que mora nas imediações da Itavuvu.

O programa Via Viva era realizado aos domingos, das 8h às 13h, num trecho de 2,5 quilômetros da pista bairro/centro da avenida Itavuvu e foi lançado no dia 22 de maio de 2011. A iniciativa, porém, não agradou a todos. Alguns comerciantes afirmavam que o projeto, por fechar avenida, enfraqueceu o comércio. Ontem, a maior parte dos estabelecimentos localizados na avenida estavam fechados e os comerciantes que trabalhavam não quiseram dar entrevistas ou imitir opinião. 
 
Por conta da alteração do trânsito local, moradores do entorno reclamavam que as ruas adjacentes à Itavuvu começaram a ficar muito movimentadas. "Isso provocava um certo estresse porque as ruas calmas dos bairros ficam abarrotadas de carros", disse Flávio Pereira, 30 anos, que ontem caminhava pela ciclovia daquela via com a filha Manuele, de 5 anos, e a esposa Renata. "A ideia de oferecer espaço e lazer é boa, mas não sei se o local é o mais indicado. Poderia ser numa rua mais tranquila, com muitas árvores para oferecer sombra, inclusive".

A Secretaria de Esportes (Semes) cancelou o projeto porque pretende reestruturá-lo, e após alguns ajustes, o programa voltará a ser realizado. Luiz Alberto acredita que deveria ser novamente realizado nas imediações da zona norte. "Ou numa rua de pouco movimento, ou na avenida, pelo menos uma vez por mês. Mas se for na avenida Itavuvu mesmo, poderia ser nas duas vias porque sempre achei perigoso que uma criancinha ou alguém distraído atravessasse o canteiro e chegasse ao outro lado, onde os carros passam em alta velocidade".
(Andrea Alves - Jornal Cruzeiro do Sul)

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