terça-feira, 20 de julho de 2010

Onda de calor faz taxistas russos cobrarem por ar-condicionado

Cobrança varia por tempo, trajeto e porcentagem da tarifa; em um período de 24 horas, 71 morrem afogados em rios e tanques

Os taxistas de Moscou aproveitam a onda de calor, a pior que vive a Rússia em décadas, para cobrar dos clientes um adicional pelo uso do ar-condicionado. A forma de cobrança varia por tempo (1 rublo, quase 3 centavos de euro, por minuto); por trajeto (adicionais de 100 a 200 rublos - entre 2,5 e 5 euros); ou por porcentagem da tarifa final, que pode ficar até 20% mais cara.

Pessoas brincam em fonte no centro de Moscou
Foto: AFP

Pessoas brincam em fonte no centro de Moscou

"O ar-condicionado custa 150 rublos (3,80 euros) por trajeto", disse a operadora de uma das grandes companhias de táxi da capital russa. No entanto, esse adicional não é informado no site da empresa, que indica pagamentos adicionais de 150 rublos por veículo para fumantes, transporte de animais domésticos, serviço de mensagem ou cargas de grandes dimensões.

Outra companhia indicou que, caso o cliente peça expressamente que o veículo tenha ar-condicionado, precisará pagar uma taxa adicional sobre a tarifa base. No entanto, se não solicitar de antemão o serviço, e o motorista ligar o ar-condicionado por iniciativa própria durante o trajeto, o cliente não será obrigado a pagar um adicional.

Segundo o diretor-executivo da União de Transportadoras de Moscou, Yuri Sveshnikov, o equipamento dos táxis com ar-condicionado e seu uso não está regulado em nenhum código.

"A princípio, entendo os proprietários das empresas que cobram o ar-condicionado, pois, quando funciona, o veículo consome mais combustível. Por outro lado, essa despesa adicional é irrelevante: entre 1,5 e 2 litros por cada 100 quilômetros, no máximo 50 rublos (1,30 euro)", disse ao jornal "Komsomolskaya Pravda".

Para Sveshnikov, faria mais sentido incluir essa pequena soma à tarifa básica e apresentar o equipamento de ar-condicionado de seus carros como um valor agregado. "Se seguirmos a lógica dos que aplicam um suplemento por ar-condicionado, no inverno deveria ser cobrado para acender a calefação", concluiu.

Morte por afogamento

Pelo menos 71 pessoas morreram afogadas em rios e tanques em toda a Rússia nas últimas 24 horas, no maior número de vítimas mortais em um só dia desde que começou a temporada de calor, informou o Ministério de Situações de Emergência.

"Em um dia aconteceram 85 incidentes em ambientes aquáticos na Rússia, com a morte de 71 pessoas e o resgate de outras 20 com vida.

É o maior número de pessoas mortas em um dia desde que começou a temporada de calor deste ano", indicou um porta-voz ministerial à agência "RIA Novosti".

Na última semana, quase 300 pessoas morreram afogadas e outras 178 foram resgatadas na Rússia, que sofre a pior onda de calor em décadas. Desde o início do mês, 688 faleceram em ambientes aquáticos em todo o país, todos lotados por causa das altíssimas temperaturas.

"Quase 2,5 mil morreram desde o início deste ano em incidentes na água em toda Rússia, 1.244 delas só em julho", acrescentou. A onda de calor que castiga a Rússia é sentida em Moscou, com temperaturas que se aproximam do recorde da máxima absoluta, de 36,5 graus centígrados, registrada em 1936.(EFE)

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