Uma falha no mecanismo de saciedade pode esclarecer porque algumas pessoas comem muito além da conta, mesmo quando já deveriam estar satisfeitas. O mecanismo acaba de ser identificado pela Universidade de Yale, nos Estados Unidos.
O processo é baseado em estímulos e respostas. Quando são apresentados estímulos alimentares, como cheiro e sabor, algumas regiões do cérebro são ativadas. Isso leva a pessoa a se alimentar.
Mas existe outro fator que regula este mecanismo. É a fome ou a sensação de saciedade. Quando uma pessoa está saciada, isso influencia as respostas cerebrais aos estímulos externos. Resultado: o impulso de se alimentar é menor.
Já em pessoas acima do peso, o cérebro é menos sensível à influência da saciedade. Mesmo quando já há saciedade, o cérebro entra em atividade de forma intensa ao receber estímulos externos.
Para constatar isso, os pesquisadores examinaram a atividade cerebral de pessoas com peso ideal e de outras, acima do peso. Foi verificado que as amídalas cerebrais têm papel importante no comportamento alimentar.
A sensação de saciedade age diretamente na resposta das amídalas, reduzindo o efeito dos estímulos alimentares. Mas isso acontece com intensidade bem menor em pessoas acima do peso.
Cores artificiais
Entre os estímulos alimentares mais importantes está o estímulo visual. Ele cria o desejo de comer, que pode ser maior no caso de cores mais intensas.
“O estímulo visual gera uma resposta em receptores da região pré-frontal do cérebro, criando uma estimulação”, explica José Alves Lara, vice-presidente da Abran (Associação Brasileira de Nutrólogos).
As cores fortes, criadas pela indústria de alimentos, acabam sendo mais chamativas. “O amarelo, por exemplo, é muito usado para atrair crianças. É um mecanismo direcionado”, conta.
No próprio processo evolutivo do homem, o estímulo visual do alimento teve seu papel. “A coloração mais intensa estava associada aos alimentos mais maduros.” (Bruno Folli, iG São Paulo)
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