terça-feira, 14 de julho de 2009

Investimentos

Em meio à crise econômica internacional, a boa notícia neste início da semana é que os investimentos estrangeiros no Brasil ganharam força nos primeiros cinco meses de 2009, com aporte da ordem de US$ 11,1 bilhões. Trata-se de uma importância bastante significativa se levarmos em conta que as empresas do mundo todo estão mantendo sob controle seus gastos com relação a tudo. O importante é que, acreditando no potencial brasileiro, apesar de tudo aquilo de pior que ocorre com o nosso sistema tributário, além dos deslizes político-administrativos que se acentuam cada vez mais, muitos empreendedores estrangeiros estão apostando no Brasil e investindo na indústria, no comércio, na agricultura, no turismo e no setor de prestação de serviços. No entanto, apesar dessa recuperação bem-vinda, o fato é que este deverá ser um ano marcado por uma grande instabilidade no que diz respeito ao número de empregos no País. Segmentos como a indústria e o comércio, que já foram afetados nos últimos três meses de 2008, continuarão em ritmo desacelerado de contratações. E isso é o pior que pode acontecer, já que uma pessoa desempregada acaba ficando exposta em demasia ao desalento e ao desespero. Quem não tem uma ocupação para ser útil à sociedade não sabe para onde ir e nem onde terminam seus direitos e começa o respeito aos direitos dos outros. E é aí que mora o perigo. Com menos vagas, a batalha por uma colocação aumenta e, com a concorrência, só se destacam os trabalhadores com algum tipo de diferencial. Nesse sentido, a qualificação contará cada vez mais como vantagem na busca e até mesmo na preservação de um posto de trabalho. Nem é preciso dizer que a capacitação constante é fundamental, não importando o tempo de trabalho do profissional nem o setor em que atua. O que falta, na verdade, é o governo rever uma série de situações que há muito incomodam os setores produtivos e todos aqueles que precisam de uma oportunidade no mercado de trabalho. Falta a redução dos tributos em geral e dos encargos sociais. Falta o poder público reduzir seus gastos extravagantes. Falta mais racionalidade na gestão do dinheiro pago pelos contribuintes. Apesar do sufoco que a economia mundial vem passando, as condições no Brasil são diferentes, pois o País tem a seu favor um formidável potencial de desenvolvimento, baseado, principalmente, em suas próprias demandas, que são intensas nos mais diversos setores, e no tamanho de seu mercado interno, um dos maiores do mundo. Em tal contexto, imperioso será concatenar as ações de crescimento com a preservação do equilíbrio das contas públicas. Se o governo fizer isso com mais pragmatismo, o avanço ocorrerá em ritmo gradual e seguro e, o melhor, de maneira sustentada.

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