terça-feira, 14 de julho de 2009

Metropolização

Conforme a imprensa divulgou na semana passada, pela primeira vez a Terra, com seus quase 6 bilhões e 500 milhões de habitantes, registrou mais gente morando nas áreas urbanas do que nas zonas rurais.
Essa extraordinária marca oferece a oportunidade de uma necessária e urgente reflexão sobre as formas de ocupação dos territórios, a maneira como as comunidades devem ser organizadas, a utilização dos espaços e as perspectivas de desenvolvimento.
Mesmo as formas de produção de alimentos e exploração dos recursos naturais devem merecer uma ampla análise, visando-se, principalmente, à necessidade se harmonizar crescimento demográfico com sustentabilidade.
Basta lembrar, em nível local, que por volta de 1950 Sorocaba tinha muito mais gente no campo do que na cidade, mas hoje, praticamente, já não tem mais zona rural. A proporção passou a ser da ordem de pouco mais de 80% na área urbana e menos de 20% na zona rural.
E assim também já ocorrem com as grandes cidades do Estado de São Paulo, como Osasco, Guarulhos, Campinas, Santo André, São Bernardo, São José dos Campos e tantas outras. Esse processo de urbanização vem se agigantando desde a metade do século passado, ou seja, há quase 60 anos, quando optou-se pela industrialização do País.
Os novos tempos estão a exigir, portanto, novos princípios e competências, atitudes que levem em conta as situações plantadas na inércia do crescimento das cidades, via de regra concentradas em nichos de interesse econômico e por circunstâncias ditadas pelas oportunidades de trabalho e pela própria atração que os grandes centros exercem sobre todos.
Ninguém deve deixar de atentar, por exemplo, como a metropolização vai fazendo Sorocaba se aproximar cada vez mais de Votorantim, Araçoiaba da Serra, Salto de Pirapora, Iperó, Porto Feliz, Alumínio, Mairinque e outras cidades da região.
Quem vai a Itu pela estrada velha já percebe como a ligação entre as duas cidades está cada vez mais povoada, com destaque para a indústria e comércio.
O trecho entre Votorantim, Sorocaba, Itu, Salto, Indaiatuba e Campinas, além de alguns de seus eixos, com cerca de 100 quilômetros, já engloba mais de três milhões de habitantes.
Como se observa, os conglomerados que vão se conurbando com mais de 100 mil habitantes cada um caracterizam uma mancha urbana que vai fazendo desaparecer as zonas rurais, exigindo uma atenção especial com relação à falta de produção de alimentos e o grande adensamento de pessoas.
O fato é que Sorocaba e seu entorno vão se transformando cada vez mais em uma verdadeira metrópole, com todos os ônus e dividendos dessa situação. E os governantes, a classe política e os segmentos que movimentam a economia regional não podem deixar de refletir sobre tudo isso.
A interação regional já é uma marca forte e tão evidente quanto a dependência econômica e logística implicada, levando a esforços de buscar soluções acima dos interesses locais.
Há, portanto, que se potencializar os investimentos e superar as dificuldades em busca de saídas para o desenvolvimento planejado e o bem estar das populações.

Nenhum comentário: