sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Eventos precisam de recursos públicos

Os desfiles das escolas de samba voltaram a ganhar público nos últimos anos com os desfiles em frente ao Paço -  

Por: Arquivo JCS/Luiz Setti

Semana do Tropeiro, Festa Junina e Carnaval de rua passaram por altos e baixos nos últimos anos
As festas populares são atividades que ajudam a promover e a manter a cultura e a tradição de um povo. Em Sorocaba, as tradicionais Festas Junina e do Tropeiro enfrentaram problemas no passado, o que culminou com uma grande queda do público. Porém, uma delas a Junina , nos últimos vem conseguindo resgatar o interesse do sorocabano, enquanto que a outra necessita de investimentos para voltar a crescer novamente. Segundo a organizadora cultural da Festa do Tropeiro, Sônia Nancy Paes, o que falta é um local único adequado para receber as atrações do evento. 
 
O Carnaval em Sorocaba também apresentou problemas, há 15 anos, quando o desfile das Escolas de Samba foi cancelado, sob a alegação de falta de verba por parte da Prefeitura. Mas há cinco anos, as escolas de samba voltaram a abrilhantar a avenida, porém a verba continua sendo um empecilho, segundo o tesoureiro da 28 de Setembro, José Carlos dos Santos, o Santão, que também é conselheiro da Liga Sorocabana de Blocos e Escolas de Samba (Lisobes).

A Festa do Tropeiro é uma das mais antigas da cidade, já que vem sendo realizada há cerca de 45 anos. Quando essa Festa surgiu no município, ela era realizada em um amplo espaço utilizado pela Feira Agropecuária e Industrial de Sorocaba (Fapis), situado na avenida Afonso Vergueiro e que depois mudou-se para uma área no início da rodovia João Leme dos Santos (SP-264). Naquela época, milhares de pessoas visitavam a Festa do Tropeiro, que oferecia aos sorocabanos atrações como exposições, provas de laço, shows com grandes artistas brasileiros, entre outros.

Porém, no início dos anos 1990, a Festa já não tinha tamanho prestígio entre a população e passou a se diminuir. Com isso, o governo municipal buscou alternativas de manter viva essa festividade tão importante para a história da cidade. "Hoje, por enquanto, estamos buscando espaço para que essa feira seja realizada, para que tenha a grandeza daquela época", relata Sônia. Ela diz que um dos passos para tornar isso real seria aliar a parte cultural e educativa com a popular, investindo em shows e atividades que chamem a atenção das pessoas.
 
Festa Junina
 
Outra festa que antes reunia milhares de pessoas e que veio perdendo o prestígio do público foi a Festa Junina Beneficente de Sorocaba. A sua primeira edição ocorreu no final dos anos 1970, em que as barracas das entidades foram montadas no recinto da antiga Fapis. Depois de alguns anos ela se mudou para a praça da Amizade, no bairro Santa Rosália, onde o grande número de visitantes foi mantido.

Mas, no início dos anos 2000, o jornal Cruzeiro do Sul passou a noticiar frequentes reclamações de representantes das entidades participantes de que as vendas já não eram as mesmas. Aliado a isso estiveram diversas mudanças de locais que abrigaram a festa, sendo que ela passou pela Fapis novamente, pelo Clube Recreativo Campestre, o Pavilhão Cianê e, finalmente, em 2009, mudou-se definitivamente para o Parque das Águas. A partir dessa época o público voltou a aumentar, a Prefeitura passou a investir em mais shows e também houve um resgate histórico do evento, com concursos de Miss Caipirinha, de Quadrilhas e a presença de jogos tradicionais, como o pau de sebo.
 
Carnaval
 
O Carnaval também enfrentou alguns problemas em Sorocaba. As festas nos salões dos clubes da cidade ficavam praticamente vazios e os proprietários dos clubes diziam, na época, que isso se devia a uma atitude da Prefeitura, que, em 1997, parou de fornecer verbas para os tradicionais desfiles das escolas de samba, o que acabou fazendo com que os sorocabanos passassem o Carnaval em outras cidades.

As escolas de samba só voltaram às ruas em 2007, quando a Prefeitura voltou a apoiar o evento e os desfiles ocorriam nas ruas centrais do município. Em 2009, o evento mudou-se para o Parque das Águas, contando então com arquibancadas dos dois lados da avenida Dom Aguirre. Em 2010, a passarela do samba passou a ser montada na avenida Engenheiro Carlos Reinaldo Mendes, no Alto da Boa Vista, em frente ao Paço Municipal.

Segundo Santão, esse novo ânimo dado às escolas de samba fez diferença, já que o público voltou a prestigiar o Carnaval sorocabano. "Mas o maior problema que continuamos tendo é com verbas. Têm cidades com menor população que destinam mais dinheiro para o Carnaval de rua do que Sorocaba", relata.

Os tradicionais blocos sorocabanos, que mantiveram sempre um bom público, enfrentam um problema desde o início dos anos 2000: a venda e consumo de bebidas alcoólicas de menores de 18 anos. Em 2011, o Cruzeiro do Sul publicou, no Caderno de Domingo do dia 13 de março, uma reportagem mostrando que não era nem um pouco difícil encontrar adolescentes passando mal, por conta do consumo de bebidas alcoólicas. Com isso, as autoridades policiais decidiram por intensificar as ações nos blocos de rua, para evitar que situações como essas voltassem a acontecer. Uma das medidas sugeridas foi a de realizar os blocos em locais fechados, para tentar minimizar essa situação. Algo que não ocorreu.
 
(André Moraes-Jornal Cruzeiro do Sul)

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