Lixo, asfalto danificado, banheiros precários são alguns dos problemas
O cenário de "descuido" começa antes do portão da Ceagesp, com contêineres cheios de lixo e restos de alimentos caídos sobre a calçada da rua Terêncio Costa Dias. "Um desrespeito com o produtor e com as pessoas que vêm comprar aqui", desabafou uma compradora que não quis se identificar. Há sete anos, pelo menos três vezes por semana, ela diz que vai até o entreposto para retirar doações em alimentos para a entidade em que atua. "Sempre foi assim. Não me lembro de alguma melhoria nesse tempo", revela.
Para outra colega que acompanhava na retirada dos alimentos, também voluntária na entidade assistencial, os produtores e compradores são os mais prejudicados nisso tudo. Uma compradora que estava no entreposto concorda. Ela fala da dificuldade na retirada dos alimentos quando chove. "Não tem onde colocar a mercadoria. É muito buraco. Tem que vir de bota de borracha", ressalta. Um outro comprador conta que até mesmo pregos são vistos no asfalto.
Ele cita uma situação em que teve de trocar o pneu da perua para poder sair do estacionamento do entreposto. "Furou o pneu dentro do estacionamento", comenta ele. "É preciso recapear urgente aqui", cobra. A permissionária Sílvia Valéria Amâncio endossa as palavras dos clientes. Dona de um boxe no pavilhão das flores há três anos, ela conta que a "buraqueira" e a "vergonha" do banheiro revoltam todos os que trabalham e frequentam a Ceagesp.
Além do dinheiro do aluguel, os permissionários são obrigados a ratear tudo o que é feito no local. Sílvia cita a reforma do banheiro e alambrado num dos pavilhões que exigiu um valor extra de todos. "Além dos R$ 380,00, tem que pagar pelas reformas e outras melhorias." Os permissionários também já chegaram a pagar segurança particular em shows realizados no local, acrescenta. O permissionário Hefrin Borguesi foi um dos presidentes da associação dos permissionários do mercado de flores de Sorocaba.
"A gente criou a entidade pra conseguir melhorias mesmo", ressalta. Borguesi reclama da iluminação precária, da falta de manutenção e estrutura do banheiro do pavilhão das flores. Um produtor de plantas ornamentais comenta que o pessoal do entreposto sofre mais com a situação. "Um descaso." Hefrin conta que a Ceagesp chegou a ficar quase três meses sem serviço de segurança porque havia vencido o contrato com a firma. "Até sem gerente a gente tá aqui", desabafa.
Tapa-buracos e melhorias
A gerente interina da Ceagesp, Cleusa Novaes da Silva, adianta que a reforma dos banheiros masculino e feminino, próximos ao entreposto, devem estar concluídos em um mês. Outros dois banheiros continuam atendendo a todos. Ela informa que os novos sanitários devem atender à legislação, com acesso para deficientes físicos. Cleusa explica que no contrato está previsto o rateio das despesas de água e luz. O número de contêineres também é considerado suficiente para a Ceagesp e "até sobra", destaca a gerente.
Cleusa afirma que por volta das 14h o espaço deve estar limpo, pois uma equipe terceirizada é responsável pelo serviço. Um projeto teria sido aprovado na Câmara para o serviço de tapa-buracos em 10 mil metros quadrados. Em março as obras tiveram início, mas atingiu somente 2 mil m2. A gerente esclarece que tem trabalhado para conseguir mais melhorias. Atualmente são 450 permissionários. Às sextas-feiras passam em torno de 1,8 mil pessoas pelo espaço, incluindo permissionários, carregadores e funcionários. (Telma Silvério - Jornal Cruzeiro Do Sul)
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