sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Reverter Maus Costumes

Num momento como este que Sorocaba vive, quando o cenário político é abalado por supostas ações de prevaricações praticadas por agentes públicos em comum acordo com empresários, com a população ficando perplexa com o que está acontecendo, não se pode deixar de bater mais forte na necessidade de se aperfeiçoar os mecanismos de controle e a força indispensável para a conquista de padrões éticos na sociedade. Não bastam apenas retórica e discursos inflamados. Também não são suficientes moralismos ou meros princípios éticos. Nem é suficiente apenas a edição de leis, já que elas também podem ser burladas. Nenhuma dessas atitudes ou instituições tem o poder de mudar comportamentos, a não ser de forma secundária e periférica.

O fato é que só os exemplos educam verdadeiramente. Só leis adequadas, fiscalizadas pela sociedade e levadas a sua radical aplicação, inclusive com penas duras para os infratores, é que podem ter um caráter transformador. Quando o Brasil inteiro, em todas as instâncias do poder, se ressente de modelos positivos e está sobrecarregado de exemplos negativos, nada é mais verdadeiro do que a sabedoria dos velhos tempos propalando que as palavras movem, mas só os exemplos arrastam.

Nesta altura dos acontecimentos, por mais que não existam elementos decorrentes das investigações que possam comprometer a idoneidade do prefeito Vitor Lippi, o fato é que ele está convivendo bem de perto com assessores que querem comprometê-lo, ou seja, os inimigos estão mais próximos do que ele imagina, podendo, inclusive, estarem sendo estimulados por antigas desavenças políticas. Por isso mesmo, Lippi deve colaborar de todas as formas com as investigações, inclusive escancarando as portas da Prefeitura para que os policiais possam cumprir com suas obrigações. O fato de a polícia e o Ministério Público terem tomado conta do Paço, em busca de indícios em torno dos casos que vieram à tona, é uma excelente oportunidade para o prefeito se aprofundar na identificação das prevaricações que podem estar ocorrendo ao seu redor. Daí a necessidade de colaborar com tudo e ter elementos suficientes para fazer uma limpeza nos setores onde seus assessores diretos e funcionários podem não estar correspondendo às expectativas de um padrão ético-moral que deles se espera.

Caso não aproveite a chance para mudar as regras no âmbito interno da Prefeitura, com certeza os próximos três anos deste seu segundo período administrativo vão se transformar num verdadeiro inferno político. Com a responsabilidade que tem e com o objetivo de preservar a sua imagem e idoneidade, o prefeito Vitor Lippi tem a obrigação de colaborar de todas as maneiras com as investigações que estão em andamento, inclusive afastando de seu convívio o quanto antes os elementos que a polícia já identificou estarem fazendo parte das práticas delituosas. Mais do que isso, deve fazer de tudo para levá-los ao banco dos réus, caso, evidentemente, a culpa de todos eles seja realmente comprovada.

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