sábado, 1 de agosto de 2009

Os Prejuízos Que Ninguém Vê

As manifestações que ocorreram em São Paulo por conta dos passageiros de ônibus fretados que seguem do interior para a capital, tornando extremamente congestionado o sistema de trânsito da maior cidade da América Latina, servem para colocar em evidência um problema que, em geral, é menosprezado pelos administradores públicos.
Trata-se do custo Brasil invisível provocado pela excessiva concentração de veículos nos grandes centros urbanos e que provoca tanta perda de tempo e prejuízos financeiros à Nação, prejudicando, principalmente, a chegada de trabalhadores ao emprego e dificultando a rapidez do transporte de cargas, notadamente aos portos e a outros Estados brasileiros.
Dessa forma, também onera aquilo que é consumido no País e, obviamente, também as mercadorias que são exportadas, sem se falar da burocracia que envolve tudo isso.

Os prejuízos provocados por toda essas e muitas outras situações caóticas são incalculáveis, mas parece que ninguém se preocupa com o desperdício. Basta lembrar que mais de 60% de toda a riqueza produzida no Brasil é transportada por caminhões.
Só isso, sem calcular o desperdício de combustível e a poluição do meio ambiente, já é um verdadeiro absurdo num País de dimensões continentais como o nosso.
Ao contrário do que acontece nos países mais evoluídos do mundo, quase nada é transportado por via aérea, ferrovia e hidrovia, que tornariam tudo muito mais barato.

Para agravar ainda mais as coisas, persiste o velho hábito de o governo deixar tudo pela metade, interrompendo as medidas que devem ser colocadas em prática para o desenvolvimento da Nação. Além dos óbvios prejuízos, tal atitude cria na população a expectativa de que só são concluídos programas, serviços e obras que contêm grande e permanente interesse político.
E, se pudesse ser contabilizada a extraordinária perda de valores financeiros dos cofres públicos por causa da corrupção deslavada, seria ainda mais gigantesco o desperdício de recursos gerados pelos trabalhadores e repassados ao governo. Nos últimos 30 anos, nenhum presidente da República foi suficientemente competente e determinado para reverter toda essa situação.
Com certeza, sempre tiveram outras prioridades mais importantes na agenda do dia a dia...

Infelizmente, em todos os setores de atividades públicas ou privadas, a presença dos órgãos governamentais nunca colabora para que as coisas possam evoluir naturalmente, sem grandes traumas para todos.
A ineficiência, a desonestidade e a burocracia das exigências absurdas sempre se tornam obstáculos intransponíveis a curto prazo, com incalculáveis prejuízos para toda a Nação.

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