segunda-feira, 23 de março de 2009

Escola Pública

Todo mundo sabe que educação é condição essencial para o desenvolvimento brasileiro, considerando ser o acesso à chamada sociedade do conhecimento a única opção capaz de garantir, de maneira concreta, a igualdade de oportunidades e a inclusão social de crianças pertencentes a famílias de baixa renda. Dessa forma, a chave para o sucesso do Brasil no enfrentamento deste problema encontra-se, sem dúvida, na conquista da excelência no ensino público gratuito. E não basta apenas garantir vagas para todos nas escolas, mas, antes de tudo, valorizar os professores, oferecer bons livros, material didático e pedagógico de apoio para todas as crianças, além de instalações adequadas e alimentação farta durante o período escolar. É preciso que toda a comunidade escolar tenha recursos, tranqüilidade e segurança para se dedicar de forma integral ao processo de transformar o ensino na grande porta de entrada em busca do desenvolvimento.

Infelizmente, parece que só os governantes e políticos desconhecem tudo isso. Para eles, pouco importa o grau de conhecimento que os brasileiros tenham. Aliás, para as "autoridades competentes", parece que quanto mais baixo o nível de ensino, melhor, já que não terão de enfrentar a sabedoria de um povo que estará sabendo das coisas e não se deixando iludir facilmente pelos discursos vazios, exatamente como ocorre hoje.

Levando-se em conta todas as distorções que envolvem o sistema de ensino no País, merece destaque a intenção do senador Cristovam Buarque (PDT) de colocar um ponto final na má qualidade do aprendizado público: através de um projeto de lei, ele propõe que todo político eleito (presidente da República, senador, deputado federal, deputado estadual e vereador) seja obrigado a matricular seus filhos em alguma escola pública. Não deixa de ser uma boa idéia para melhorar a educação no País.

Caso o projeto não seja aprovado, automaticamente os políticos estarão dizendo que não confiam na escola pública, e, conseqüentemente, confessando-se inertes em relação à situação lamentável do sistema educacional, já que são eles que devem legislar a respeito. Se não aprovarem o projeto, os políticos que tanto bradam em nome do povo, em nome da melhoria das condições de educação, saúde e segurança pública, vão continuar mostrando a toda a Nação que escola pública de baixa qualidade é coisa só para pobre de periferia.

Pode-se dizer que a sorte está lançada. Resta saber qual será o posicionamento dos senadores e o que eles vão argumentar para não aprovar a lei.

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