sexta-feira, 13 de maio de 2011

Única sexta-feira 13 do ano pode ser de mudanças positivas

Numerólogos dizem que número 13 tem importância e que apesar dos mitos pode ser marcado por sorte


Hoje é a única sexta-feira 13 do ano e para os que creem na carga negativa de sua simbologia o dia é de orações, rituais para espantar o azar e até para não sair de casa. Porém, numerologistas dizem que essa mística ruim está muito mais relacionada à crença popular do que a influências esotéricas. Mesmo assim, eles contam que há significados quanto ao número 13 e também ao 4, que é a soma dos dois algarismos (1+3=4), e que hoje seria sim um dia diferente, especial, mas para mudanças positivas.

A numeróloga Isabel Miranda explica que a força do dia 13 na verdade é por conta do 4, já que na numerologia os algarismos são somados para chegar a apenas um número e seu significado. Ela salienta que hoje o quatro é "total", já que a soma do dia, mês e ano também resulta em quatro. "O quatro é um número limitado. Em algumas culturas, como a japonesa, é associado à morte." Contudo, o também numerólogo e astrólogo Levy Martins ressalta que o número é muito ligado à materialidade, dinheiro, e também à morte, mas não como algo ruim, e sim como transformação interna. "Este ano e 2012 são considerados um período de transição, do salto quântico da terceira para a quarta dimensão."

Martins diz que o quatro, tanto na soma de 2011 (2+0+1+1=4), quanto na mística dos dias, tem um significado de transformação profunda, de buscar o renascimento e o eu superior. Apesar desse olhar positivo, Isabel comenta que aconselha os clientes a evitar o número 4, tanto na área comercial quanto na aquisição de bens. "Uma cliente comprou um terreno e começou a construir uma casa, e a prefeitura estipulou o número 400 para a residência. Ela então me procurou, dizendo que não conseguia terminar a casa. Foi então que conseguiu mudar o número para 402 e concluir a casa", recorda.

Mitos

Quanto à junção do número 13 à sexta-feira, os numerólogos dizem que a associação vem muito mais de crenças antigas que foram incorporadas à cultura, mas sem qualquer relação com estudos de números e astros. "Muitos associam à morte de Cristo, numa sexta-feira, e à última ceia, quando Jesus e os 12 apóstolos, em que o 13º convidado seria Judas, o traidor", afirma Isabel, que faz o contraponto, comentando que a carga negativa da data viria de muito antes, com a mitologia nórdica. Um dos mitos diz que doze divindades foram convidadas para um banquete e o deus do fogo, Loki, enciumado por não ter sido chamado, armou uma cilada para que o deus solar Baldur (o preferido de Odin, o deus dos deuses) fosse ferido. "Daí surgiu a ideia de que reunir 13 pessoas para um jantar era desgraça na certa", conclui.

Para Martins, mesmo com a simbologia que a data traz, assim como os números 13 e 4, tudo é uma questão de direcionar o pensamento para coisas positivas. "Você é o que pensa e pode usar essa força para boas transformações. Se plantar bons frutos, o universo te devolverá na mesma medida, conspirará a seu favor. Não é preciso ter medo da data", finaliza. O padre Fernando Giuli, da paróquia São Paulo Apóstolo, afirma que não há qualquer ligação negativa quanto à sexta-feira 13 no cristianismo, apenas algumas tradições da Idade Média. "Não falamos em azar, pois acreditamos em Deus e na Sua palavra. Nossa pouca sorte muitas vezes advém de nossas escolhas livres."

Para pintor, número é amuleto até na hora de jogar futebol

Se algumas pessoas ainda fogem do 13 e de uma simbologia negativa, para o pintor Anderson Monteiro o número é uma espécie de amuleto. Desde criança ele tem o 13 como um algarismo especial, que para ele trouxe boas energias em vários momentos da vida. Ele conta que foi num dia 13 que soube da notícia de ter passado no vestibulinho da Escola Técnica Rubens de Faria, em Sorocaba, para o curso de técnico em alimentos. "Foi num dia 13 e eu passei na 31ª colocação, ou seja, treze ao contrário. Assim como para o Zagallo, por exemplo, esse número para mim traz sorte".

Monteiro lembra ainda que já ganhou pequenos valores na loteria apostando com o número 13; em um bingo, a bola final era 13, que ele guardou por vários anos e no futebol, faz questão de jogar com a camisa deste número. "Só jogo com camisa 13, não entro em campo com outro número. Não sei dizer porque tenho essa ligação, sempre foi assim." Até um time que fundou, o Esporte Clube Corinthians Jardim Arco-Íris, nasceu no dia 13 de março de 2007. Quanto ao dia de hoje, Monteiro diz que vai fazer 13 orações, como de costume em todos os dias 13 de cada mês. "Nunca acreditei em superstições e que o 13 ou qualquer número dá azar. Não ligo para essas crenças, e sim no que eu acredito."

Superstição tem perdido força, mas há quem ainda se previna

Para Aparecida Maria de Jesus Souza, vendedora de bijuterias, hoje é um dia para não sair de casa e tomar ainda mais cuidado com gatos pretos, espelhos, e de jeito nenhum passar embaixo de escadas. Ela conta que o avô já dizia que sexta-feira 13 é dia de azar, e ela prefere se precaver. "Não saio de casa desde quando era criança, só quando preciso ir ao médico. Também não deixo minha filha passar debaixo do braço de outra pessoa, dizem que não cresce mais." Quem também encara o dia como uma data diferente é Vanessa Dias Barbosa, que trabalha em um estúdio fotográfico. "Eu acredito que dá azar, rezo o dia inteiro e acendo incensos para afastar o olho gordo. Todo dia tem, mas sexta 13 tem mais", conta.

Mas para a maioria dos entrevistados pela reportagem, hoje é um dia comum ou ainda mais positivo. O soldador sub-marítimo William Novaes Shiba comenta que, mesmo sendo descendente de japoneses, não acredita em superstições e azar. "Não tenho o que temer. No Japão sim essa crença é mais forte." Em alguns hotéis, o 4º andar é pulado ou usado como dispensa, já que o número 4 (ou 1+3=4) tem relação com a morte.

O engenheiro eletrônico Francisco Batista da Silva também não acredita em forças negativas neste dia. "Deus está acima de tudo. O lado ruim a pessoa que cria na cabeça." Para Daiane Chagas, nada muda, mas o receio quanto à inveja, popular olho gordo, a faz andar com um galho de arruda na carteira. O modelo Wellington de Oliveira diz que para ele hoje é uma sexta comum, dia de sair com os amigos e se divertir.

Segundo o proprietário de uma loja esotérica, Marcelo Nunes, os clientes não têm procurado o estabelecimento para se prevenir contra algum "mau agouro" desta sexta-feira 13. "O pessoal procura alguns produtos como velas, incensos e amuletos independente de data, mas quando estão se sentindo com energia baixa. Não acredito em azar, é só crendice e está caindo no esquecimento", completa. (
Míriam Bonora - Jornal Cruzeiro do Sul)

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