sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Chuva Enche o Rio Sorocaba

Chuva enche o Rio Sorocaba e obriga motoristas a transitar pela contramão na avenida Dom Aguirre, casas foram alagadas

Enquanto motoristas eram orientados pelos agentes de trânsito da Urbes a retornar pela contramão na avenida Dom Aguirre próximo à Praça Lions , a família Arruda, residente no bairro de Pinheiros, esforçava-se para tirar a água que alagava a própria casa. No Mineirão, 10 moradias foram prejudicadas com o transbordamento do rio Sorocaba. A tempestade que caiu sobre a cidade em pleno horário de pico deixou vias, incluindo expressas, em caos urbano. Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e a Guarda Municipal viram-se obrigados a colocar o efetivo disponível às ruas. Até as 23h, famílias eram cadastradas e removidas para abrigos, saldo de quase duas horas ininterruptas de chuva e 39 milímetros de água sob o município, segundo registrou o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

A avenida Dom Aguirre foi interditada desde o Corpo de Bombeiros até a confluência da avenida Washington Luís com a avenida Comendador Pereira Inácio. Motoristas que tentaram atravessar o trecho, alagado, ficaram no caminho. “Entrou água no motor e o carro arriou”, foi o que disse o autônomo Clóvis Alencar. Ele tentou chegar à rua professor José Odin de Arruda, no Jardim Faculdade. Esquina da via, a rua Antônio de Andrade também encheu, prejudicando quem precisou entrar ou sair com os veículos nas garagens.

Na rua João Francisco das Neves, no bairro de Pinheiros, Rodnei Visso Arruda fez o que pode para tirar a água da residência. “Faz tempo que não enchia assim. E olha que não foi por falta de aviso. Há 15 dias venho tentando alertar o Saae sobre o entupimento das bocas de lobo rentes a esse córrego aqui. Havia bastante mato e lixo, mas ninguém tomou providências”, lamentou. Junto de sua mãe uma pessoa idosa, ele puxava a água barrenta dos três cômodos de sua casa, com o auxílio de um rodo.

No Parque dos Espanhóis, a equipe de Júlio Leme - um dos responsáveis pela Defesa Civil passava, via rádio, informações sobre uma ocorrência semelhante na rua Antônio Furtado Lopes, no Mineirão. No local, próximo ao número 1.000, o transbordamento do rio deixou 10 famílias em situação de risco. “Talvez seja necessário levar colchões e até mesmo remover essas famílias. Para isso, uma assistência social irá até a região”, disse o servidor público a outros funcionários da GM.

Na avenida Carlos Sonetti, no Jardim Prestes de Barros, o gradil de um córrego foi levado pela força da chuva. Na rua Augusto Lippel, próximo ao condomínio Tivoli, no Parque Campolim, veículos ficaram ilhados. O mesmo aconteceu na rua Pereira da Silva, próximo ao Estádio do CIC, no Jardim Santa Rosália, e em ruas dos jardins Baronesa, Vitória Régia e Guadalupe, todos na Zona Norte.

Abaeté

A avenida Dom Aguirre e a rua 11 de Agosto encheram nas imediações do Parque das Águas, no Jardim Abaeté. Motoristas que tentaram atravessar o trecho, no sentido da radial leste, foram obrigados a desviar pela calçada. Alguns, inclusive, passaram com os veículos sobre a grama do próprio parque, que resistiu à tempestade. As bombas, que retiram a água do piscinão para o Rio Sorocaba, não deram conta da vazão. Porém, não houve inundação nas residências locais.

O comerciante Laertes Ricardo Sampaio tentou arriscar a travessia no meio do alagamento e teve problemas com o motor do veículo. “Acho que deu pane aqui”, argumentou. Só caminhões trafegavam com “segurança”. Meninos e Meninas - desconhecendo o risco de doenças ocasionais, como a leptospirose - aproveitaram para brincar no meio d’água. Ciclistas e praticantes de atividades físicas aproveitaram a chuva para se exercitar.

O córrego Itanguá saiu do leito e deixou ilhadas famílias no Jardim Itanguá 2. Em Votorantim, a água invadiu várias casas no Jardim Fornazari. A Defesa Civil alertou, também, os municípios da região de Tatuí, devido ao volume excessivo do Rio Sorocaba. Para o Portal Climatempo, o dia de hoje será chuvoso nos três períodos (manhã, tarde e noite). Há a possibilidade de cair 15 milímetros de água na cidade.

“Há dois anos que não via uma chuva dessa. O pior é que é sempre assim: chove, alaga, a gente tira tudo... perde tudo. Quando será que iremos viver tranquilos, sem ter essa preocupação”, concluiu o morador do bairro de Pinheiros, Rodnei Visso Arruda.

São Paulo

A chuva forte que atingiu São Paulo deixou três crianças mortas e o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) teve de colocar toda a capital paulista sob estado de atenção, a partir das 16h de ontem. O alerta ainda era mantido no início da noite. Somente na estação do CGE do centro houve 53 milímetros de precipitação, 25% do esperado para todo o mês de dezembro. (Jornal Cruzeiro do Sul)

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá amigos leitores, sobre a Rua João Francisco das Neves do bairro de Pinheiros, é realmente uma vergonha o que os governantes vêm fazendo com aquela população que reside nesse local.
Sou Jornalista, conheço muito bem o local, tendo em vista que minha sogra mora lá, meu cunhado está com síndrome do pânico devido ao número de enchentes que eles enfrentaram.
Foi levado várias fotos do local ( enchentes ) a qual segundo o então Prefeito da Época, havia solicitado para entregar para a Sumye, então secretária do mesmo, o qual realmente ignorou quaisquer informação sobre melhorias no local.
Os engenheiros do SAAE já tiveram no local os quais verificaram as construções irregulares em cima do córrego que lá passa e nada fizeram.
Outra irregularidade no local, é que o lago existente no Parque dos Espanhóis desagua junto com esse córrego no rio sorocaba, impossibilitando totalmente a vazão de água.
É claro o problema, o difícil é as autoridades realmente ter coragem e vontade de resolver.
Demais Agradeço Robson Ferraz